Se você estiver andando pela rua e vir um Renault Sandero com a denominação GT Line e um visual discretamente esportivo, cuidado, não se empolgue. Não é exatamente o que você está pensando. A sigla GT, que significa grã-turismo, já foi usada para identificar carros de luxo de alto desempenho. E não é este o caso do Renault Sandero GT Line, versão que foi lançada com motor 1.6 e depois passou a ser vendida também com o 1.0 três-cilindros e câmbio manual de cinco marchas. É aquela antiga proposta de carro que tem apenas o visual esportivo, mas com conjunto mecânico discreto. A versão custa quase R$ 50 mil e não tem um pacote de equipamentos dos melhores. Será que vale a pena?
É preciso colocar na balança quanto vai custar atender o desejo de ter um carro com visual esportivo. Antes de qualquer coisa, é preciso saber que a Renault está mexendo na linha Sandero/Logan, que chega reestilizada ainda este ano.
ACABAMENTO Por dentro, o hatch da Renault tem acabamento com plástico duro, inclusive nos painéis das portas, de qualidade questionável. O painel tem um detalhe em black piano em torno da central multimídia e traz instrumentos analógicos e uma pequena tela digital com o computador de bordo. Ali o motorista tem à disposição o indicador de troca de marchas e o sistema Driving Eco², que ajuda a encontrar uma condução mais econômica. O volante é revestido em couro com costura azul e traz os comandos para o som, mas pode ser ajustado apenas em altura e não em distância. Os bancos são revestidos em tecido de boa qualidade.
O espaço interno é um dos principais atrativos do Renault Sandero, que tem 2,59m de distância entre-eixos, bem próxima a de um carro médio.
DESEMPENHO Se o conteúdo do Sandero GT Line não convence, o conjunto mecânico não ajuda a melhorar as coisas. O motor 1.0 três-cilindros não é um destaque da versão. Em baixas rotações, é lento nas respostas e não demonstra agilidade no trânsito urbano. É preciso subir o giro para 3.000rpm para se atingir um desempenho razoável.
O câmbio manual é de cinco marchas, bem escalonadas, com relações mais curtas, mas o motor não ajuda muito. Os pontos negativos do câmbio são o curso longo e os engates mais duros. As suspensões também receberam uma calibragem mais firme, deixando o carro um pouco desconfortável sobre pisos irregulares. Mas proporciona boa estabilidade em curvas. A direção com assistência eletro-hidráulica é mais pesada, dificultando um pouco nas situações de manobras, porém em velocidades elevadas proporciona segurança. O sistema de freios com discos na dianteira e tambores na traseira, e ABS, atuou de forma eficiente.
No segmento de modelos “esportivos de fachada” o Sandero GT Line 1.0 é um caso a parte, pois é o único com essa motorização, por R$ 49.190.