Não é por acaso que o Jeep Renegade é um dos SUVs compactos mais vendidos do país. O modelo passou por recente reestilização, bem discreta, que não interferiu em um de seus principais atributos: o visual, que remete ao antigo Willys. Testamos a versão Longitude com motor a diesel, câmbio automático e tração 4x4, um conjunto que garante desenvoltura no asfalto e na terra. O pequeno da marca americana chama a atenção pela dirigibilidade, boa lista de equipamentos e qualidade do acabamento, mas, apesar disso, tem preço que esbarra em segmento superior. Será que vale a pena?
O Renegade tem as opções de motorização 1.8 flex e 2.0 turbodiesel. A primeira recebeu até uns ajustes para melhorar o desempenho e o consumo de combustível, mas não conseguiu chegar em um ponto satisfatório, principalmente se comparado com alguns concorrentes. Já as versões equipadas com motor 2.0 a diesel surfam sozinhas no segmento de SUVs compactos, já que não têm concorrência. O Renegade Longitude é a primeira opção com essa motorização, e seu preço se aproxima, por exemplo, do Jeep Compass Sport 2.0 flex, vendido por R$ 114 mil, mas que é de porte maior, mais espaçoso.
Mas dizem que o Renegade conquista o seu público consumidor pelo visual, que faz lembrar o emblemático Jeep Willys, dono de uma legião de fãs.
ESPAÇO
Com 320 litros em condições normais, o porta-malas é um dos pontos fracos do Renegade, já que a cobertura sobre o estepe rouba um pouco do espaço. Mas o compartimento de bagagens tem redes nas laterais e ganchos para prender pequenos objetos e sacolas. Conta também com iluminação e argolas.
O espaço interno do Renegade é bom para um SUV compacto. Na frente, motorista e passageiro vão bem acomodados em bancos de posição elevada e formato anatômico. As abas laterais do encosto e do assento ajudam a manter o corpo firme. O banco do motorista tem ajuste de altura, mas não traz regulagem lombar. O volante também pode ser ajustado em altura e distância, ajudando a encontrar a melhor posição de dirigir. O espaço no banco traseiro é bom, com túnel central do assoalho baixo, porém, o assento é baixo e não apoia bem as pernas, comprometendo o conforto. Atrás tem entrada USB, mas não tem saída de ar-condicionado.
ACABAMENTO
No acabamento interno predomina o plástico duro no painel, mas é de boa aparência e bem montado.
AO VOLANTE
Dirigir o Renegade 2.0 turbodiesel é o melhor da festa. O motor é muito forte e mantém o ruído tradicional e inconfundível do diesel, mas sem incomodar. Tem muito torque em baixas rotações, com respostas firmes nas arrancadas e retomadas de velocidade. O propulsor enche muito rápido e proporciona uma condução esperta. O câmbio automático de nove velocidades realiza mudanças sem trancos, no tempo certo, garantindo o melhor aproveitamento da força do motor. Ele reduz quando entende que o motorista precisa segurar o jipinho nas descidas.
Para o fora de estrada, o Jeep Renegade conta com sistema 4x4, que transfere parte de tração para o eixo traseiro conforme a necessidade. O 4WD low garante mais segurança em estrada de terra e pisos escorregadios. Já o 4WD Lock traz segurança em pisos irregulares. Com reduzida e melhorias nos ângulos de ataque e saída, o Renegade encara trilhas com desenvoltura, sem medo de terrenos acidentados. Porém, o jipinho merecia pneus de uso misto, para melhorar ainda mais sua performance na terra. O modelo conta com seletor de modos de condução auto, para o asfalto; snow, para neve; sand, para areia; e mud, para lama. Traz também o sistema de auxílio de descida de rampa, que não deixa o carro escorregar.
No asfalto, o Renegade trafega seguro, sem galear. É bom de curvas e a inclinação da carroceria não compromete a estabilidade. As suspensões foram bem calibradas e garantem um rodar razoavelmente confortável.