Já não é de hoje que a Editora Alaúde se dedica, além de outros temas, a resgatar a memória automotiva com o lançamento de títulos dedicados a modelos nacionais e clássicos intergaláticos. O mais recente livro da editora diz respeito a essa última categoria, sendo dedicado ao Chevrolet Corvette, um dos esportivos mais populares e cobiçados do mundo. O trabalho é assinado pelo experiente jornalista Fernando Miragaya, com mais de 20 anos dedicados à cobertura especializada de automóveis, tendo colaborado com as principais publicações e sites do gênero no país.
A publicação traz 108 páginas recheadas de fotografias coloridas do Corvette, naquele formato quadradinho de 18 por 18 centímetros. A história do modelo é contada em detalhes, desde a apresentação feita pela General Motors do protótipo EX-122 num evento chamado Motorama, realizado em Nova York em janeiro de 1953. Tendo despertado muito o interesse, o Corvette seria lançado ainda naquele ano. O desenho foi inspirado nos esportivos europeus, mas com alma americana. O nome do veículo remete a uma embarcação de guerra chamada corveta.
Mas, engana-se quem pensa que a vida desse esportivo foi fácil. Foram diversos os desafios enfrentados até hoje, quando o modelo se encontra na sétima geração.
Para vencer essa zica, foi preciso que o engenheiro belga Zora Arkus-Duntov, com ampla experiência em competições, entrasse em cena. Em 1955, o motor 2.3 de seis cilindros em linha e 150cv de potência foi trocado por um V8 4.3 litros de bloco pequeno, mais leve e com 195cv. Não foi só debaixo do capô que houve mudanças. O esportivo ganhou um banho de loja e, no ano seguinte, um tapinha no visual. Já os faróis duplos vieram em 1958.
STINGRAY A segunda geração do Corvette viria em 1963, e marca a chegada do lendário Stingray, além do vidro traseiro bipartido do modelo fechado, que duraria apenas um ano, tornando-se raridade, tendo sido substituído por um inteiriço para melhorar a visibilidade. O esportivo perdeu 10cm de distância entre-eixos e a potência dos motores variava entre 250cv e 360cv, na versão equipada com o pacote ZO6 com o V8 e suspensões mais firmes.
Como Zora era um apaixonado por corridas, houve uma tentativa de levar o Corvette para as pistas. Para isso, o veículo perdeu peso, teve a aerodinâmica aprimorada e ganhou um V8 de 550cv. Foi o bastante para derrotar os terríveis Shelby Cobra, em Nassau. Porém, como a GM era avessa às corridas, logo a carreira das cinco unidades produzidas teve fim, elevando seu valor para algo em torno de US$ 5 milhões.
TUBARÃO Apelidada de Tubarão, a terceira geração foi lançada em 1968 e foi a mais longeva, tendo durado até 1982. O design musculoso e o capô longo ganharam como aliado faróis escamoteáveis. A carroceria cupê tinha o vidro traseiro e o teto em duas peças, que podiam ser removidos para transformar o veículo num belo targa. A versão de entrada trazia um V8 de 300cv, potência que chegou a 435cv na versão apimentada L71.