Jornal Estado de Minas

Na busca de alternativas



A 30ª edição do Salão Internacional do Automóvel abriu as portas do São Paulo Expo (sua nova casa!) ao público quinta-feira e se estenderá até o dia 18. A boa surpresa deste ano é o lançamento de três modelos elétricos de produção em massa – Chevrolet Bolt, Nissan Leaf e Renault Zoe –, com preço definido e data (aproximada) para chegar. A presença de elétricos vinha se tornando comum nas últimas edições do evento, porém, em modelos de marcas premium ou destinados apenas para simples exposição. Os conceitos também chamam a atenção, sendo que alguns têm grandes chances de virar carros de produção ou, no mínimo, indicar novas tendências.


O primeiro modelo elétrico que deve chegar ao Brasil é o Nissan Leaf, que já tem pré-venda aberta por R$ 178.400. O compacto está na segunda geração e é o automóvel elétrico mais vendido no mundo, com 365 mil unidades comercializadas desde seu lançamento, em 2010. O veículo tem 150cv de potência e 32,6kgfm de torque. Existem duas opções de conjunto de baterias, que fornecem autonomia de 320 ou 240 quilômetros. A recarga das baterias é feita em oito horas.

BARATO Com o status de elétrico mais barato do Brasil, vendido por R$ 149 mil, o Renault Zoe também será lançado em 2019.

Mas o modelo chega de forma um pouco tímida, inicialmente disponível apenas em uma concessionária de São Paulo e outra em Curitiba. O modelo já era comercializado para empresas desde 2015, mas é a primeira vez que ele poderá ser comprado por pessoa física. O motor fornece 92cv de potência e 22,4kgfm de torque. A autonomia é de 300 quilômetros, e, com uma boa estrutura de recarga, 80% da carga da bateria pode ser recuperada em 1h40min.

BOLT A Chevrolet também confirmou o lançamento do Bolt EV para o próximo ano, a partir de R$ 175 mil. De acordo com o fabricante, o modelo tem autonomia de 380 quilômetros. Em carregadores rápidos, é possível reaver 80% da energia em uma hora. Já numa tomada comum de 220V, a taxa de carregamento é de 10 quilômetros a cada hora.
O desempenho é bom: 200cv de potência e 36,8kgfm de torque.

CONCEITOS Justamente por dar sinais claros de produtos que serão lançados em breve, são dois os veículos-conceito que mais chamam a atenção na edição de 2018 do Salão do Automóvel de São Paulo. A Volkswagen Tarok é uma picape de dimensões intermediárias, entre as compactas e as médias, prometida “para um futuro próximo”.


Apesar de ser um conceito, a marca já antecipou que o modelo de produção não será muito diferente disso aí, o que nos leva a crer que uma de suas missões é ser uma espécie de anti-Toro, a picape intermediária da Fiat. Inclusive, a Volkswagen já afirmou que quer ampliar sua participação no segmento.


O interior lembra o do SUV T-Cross – que já foi apresentado e chega ao mercado no início de 2019 –, com direito ao painel de instrumentos digital e sistema multimídia com tela de oito polegadas. O conceito traz uma solução inusitada (talvez pouco prática) para ganhar espaço na caçamba. Basta rebater o banco traseiro e abrir a divisória móvel que separa o habitáculo do compartimento de carga. A Volkswagen afirmou que o modelo terá capacidade para carregar até uma tonelada, além de tração 4x4, indicando a possibilidade de existir uma opção de motor a diesel, além do 1.4 TSI, com 150cv e 25,5kgfm de torque.

SUV A Fiat destacou o conceito Fastback. Apesar das linhas de cupê, com o teto arqueado e vincos pronunciados, seu porte avantajado entrega que ali está o que podemos definir como o SUV derivado da Toro. O conjunto óptico afilado também revela que a reestilização da picape vai se inspirar no conceito, já que o SUV não chega ao mercado antes de 2020.


A chegada de um SUV é fundamental para a estratégia da marca italiana, que atualmente não tem um representante no segmento mais importante do nosso mercado.

Outra opção mais rápida seria importar o 500X, SUV compacto que tomou emprestado as linhas charmosas do compacto italiano. O modelo está exposto no estande da marca para avaliar a receptividade junto ao público, mas trazê-lo para cá dependeria da estabilização do câmbio e uma cotação mais favorável.

(*) Jornalista viajou a convite da Anfavea

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