Jornal Estado de Minas

Com personagem mineira, Zezé Motta comanda especial sobre terceira idade



No Dia Internacional dos Direitos da Pessoa Idosa, comemorado em 1º de outubro, a Globo vai exibir o especial “Falas da vida” para homenagear e celebrar as histórias deste grupo que alcança 32,9 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados do IBGE. O projeto traz a história de cinco personagens, desconhecidos até então, incluindo uma mineira, com passado fascinante e futuro promissor. A proposta da produção é inspirar e conscientizar o público sobre o tema.
 
Com cerca de 1h de duração, o especial vai ao ar logo após a novela “Império”.  O roteiro da produção alterna entre cenas documentais, nas quais o público poderá conhecer a rotina e os círculos sociais de cada participante, e uma roda de conversa em que cada um compartilha um pouco de sua vivência. A atriz e cantora Zezé Motta, de 77 anos, vai apresentar o programa e conduzir o bate-papo.
 
 
 
“A Zezé mostra que a força do ser está muito além da força dos anos. A juventude não pode ser o único atributo valorizado na sociedade, e a gente está percebendo isso. O especial mostra que o idoso não é um peso, mas sim uma ajuda essencial no mecanismo da família e entre os amigos”, afirma Patrícia Carvalho, diretora-geral do programa.
 
Zezé, por sua vez, alerta sobre a importância de se abordar o assunto. “É lastimável a situação do idoso hoje no Brasil... Tem aquela coisa básica, que é comida no prato, a vacina no braço, e falta tudo isso...
Se falta o básico, imagina pensar no idoso? O idoso acaba ficando sempre em segundo plano. Não existe um pensamento elaborado de forma decente para quem atinge a terceira idade. Temos muita luta pela frente”, declarou a artista em material enviado à imprensa.
 
Compartilhando suas histórias reais, os participantes vão se unir a Zezé Motta para uma roda de conversa descontraída. O tempo não faz distinção e, por isso, o especial busca a inclusão de personagens completamente diferentes.
 
“A velhice é tão múltipla quanto as vidas. Você tem velhos ricos e pobres, pretos e brancos, indígenas, LGBTs... E cada um traz uma história diferente”, acrescenta Patrícia.

NA ATIVA A representante mineira é Regina, que dedicou seus 65 anos de vida a cuidar dos outros. Terceira filha de 15 irmãos, foi ela quem criou a prole.
Mãe de 2 filhos biológicos e uma de criação, também teve que cuidar do marido, que desenvolveu o alcoolismo quando os filhos ainda eram novos. Há sete anos, ela ainda abriu mão da aposentadoria para ajudar a tomar conta da sogra com Alzheimer.
 
Desde 2018, dona Regina toca um empreendimento fabricando óleos essenciais, produto que lhe ajudou durante um tratamento no joelho. “Graças a Deus vem dando muito certo, durante a pandemia muita gente passou a precisar dos óleos. Dificuldade sempre tem, mas a gente tem que trabalhar a nossa cabeça para olhar pra frente e procurar forças”, conta.
 
Mineira de BH, ela destaca o que leva de mais importante do “Falas da vida”: “O amor ao próximo, temos que valorizar a convivência, esse é o legado que eu deixo para os meus filhos. A gravação teve uma energia muito boa, a interação com os outros participantes foi maravilhosa, uma imensidão de conhecimento e coisas boas, todas as histórias trazem uma nostalgia sobre trajetórias diferentes.”
Entre os colegas de dona Regina, o público poderá conhecer ainda Bebel, maranhense de Barreirinhas, de 75 anos, e professora responsável pela alfabetização da região onde mora. Hoje, é figura central no apoio às necessidades de sua comunidade e carrega nas costas a criação de seis filhos, 15 netos e 11 bisnetos.

SAMBA Já Chicão, que nasceu em Atibaia (SP) e vive em uma ILPI (Instituições de Longa Permanência para Idosos) na capital paulista, compartilha um pouco dos 89 anos de quem escolheu o trabalho e a folia como meta de vida. Sem filhos ou parceiras, ele quebra o estigma da solidão na velhice com seu astral e alegria. Sua família hoje são as pessoas que vivem e trabalham no residencial.
 
Gracinda, de 72, é ex-bancária e mãe de cinco filhos.
Após passar por uma separação sofrida, a carioca  encontrou nas faxinas sua alegria e uma forma de aliviar seu coração. Hoje desfila como modelo e conquistou a terceira colocação no Miss Jacarepaguá.
Por fim, Joãozinho Carnavalesco, paulistano de São Vicente, mas que mora na capital, mostra que o sucesso pode ser obtido em qualquer idade. Depois de 74 anos, com passagens pelo Trio Mocotó e composições como o sucesso “Alegria de domingo”, ele continua se dedicando a sua maior paixão: o samba.

*Estagiário sob a a supervisão 
da subeditora Tetê Monteiro

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