Jornal Estado de Minas

Márcio Garcia: vida sob os holofotes precisa de cuidados e dedicação


Márcio Garcia assumiu o posto de apresentador da sexta temporada do “The voice kids” com naturalidade, após a saída de André Marques para o comando do “No limite”. O reality show musical das tardes de domingo da Globo tem a cara do artista. Afinal, desde o “Gente inocente” (2000 a 2002), ele aprendeu a lidar com crianças. Além disso, seus filhos – Pedro, de 17 anos; Nina, de 16; Felipe, de 12; e João, de 7 – também lhe deram repertório para compreender melhor as diferentes faixas etárias. À vontade na nova função, ele apenas ressalta que a vida sob os holofotes precisa de cuidados e dedicação.

"Conheci o sucesso quando fui chamado para fazer 'Tropicaliente', em 1994. Vim para a Rede Globo em uma época que não existia YouTube, streaming e rede social. E percebi que não dava para andar na rua. Ali, vi o sabor e o preço da fama.
Tudo tem dois lados. Sempre falo que muitos almejam a carreira de artista, mas tem que ver se isso é realmente o que querem. Não pode ser referência e não ter paciência com o público. Isso é inerente à nossa profissão", conta.

No “The voice kids”, é difícil não se encantar com as crianças e adolescentes que sobem ao palco. Márcio experimentou essa sensação durante a fase “Audições às cegas” e já teme por suas reações nos programas ao vivo. De acordo com o apresentador, ele conseguiu segurar a onda e não chorar muito. Mas nada impede que isso aconteça até o dia da grande final.

"O desafio é lidar com as emoções, mas está sendo mais tranquilo do que pensei.
Tem vezes que é duro, a vontade é de chorar, mas tenho medo de passar vergonha. Imagina no ao vivo... Eu me conservo um pouco, não me entrego tanto quanto no sofá da minha casa", confessa.



APRENDIZADO

Para o apresentador, o “The voice kids” dá a oportunidade de as crianças aprenderem a lidar tanto com uma resposta positiva quanto negativa. Mesmo que não se tornem cantores profissionais no futuro, Márcio acredita que a experiência no programa é capaz de mudar a vida dos participantes.

"É claro que o sinal positivo é maravilhoso, mas a vida, de fato, não é assim. Dá menos 'sim' do que gostaríamos. Torço pelas crianças. As três para quem vi a cadeira não virar não tiveram reação de tristeza. É uma vitória chegar ao palco do “The voice kids”, não é papinho, é um grande feito", avalia.

Casado há 18 anos com a nutricionista Andrea Santa Rosa, Marcio destaca a importância de se dedicar à esposa e aos quatro filhos.
O apresentador diz não ter nenhum arrependimento de abrir mão de algo em prol de passar um tempo de qualidade com a família.

"A sensação que eu tenho hoje é que não quero perder tempo estando longe da minha família. A melhor preocupação do mundo é o filho. É aquela experiência que não tem nada que você tenha feito fora que seja igual ou próximo daquilo", valoriza.

Antes de apresentar o “The voice kids”, Márcio passou os últimos anos à frente do “Tamanho família”. No entanto, o programa dominical foi impedido de ganhar uma temporada inédita neste ano por conta da pandemia do novo coronavírus. A equipe tentou adaptar o cenário para que mais uma leva de episódios fosse possível. Porém, a situação ficou complicada e os envolvidos desistiram da ideia.

"Nas brincadeiras, todo mundo se toca. Se fizéssemos uma nova temporada agora, não teria essa união, esse contato... Ano passado, teve a reprise do programa. Por enquanto, não tem expectativa de nada. Morro de saudade do ‘Tamanho família’.
Mas, nesse momento, vou ficar focado na molecada", afirma. (Estadão Conteúdo)
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