Jornal Estado de Minas

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Maria Fernanda Cândido fala de seu conflito com Joyce


 
Qual é a visão que você tem de Joyce, sua personagem?
Algumas personagens dessa novela estão num grupo mais conservador, como a Joyce, que não tem uma visão para o coletivo. Ela é individualista, olha para o núcleo familiar dela. Falava-se no passado sobre essas questões, mas não isso tinha eco. Achei que ela seria criticada durante a primeira exibição da novela, mas não foi isso que observei. Sempre foi uma personagem que critiquei muito. Difícil de fazer.

Qual cena da Joyce você quer rever?
A cena em que a Carol (Duarte) corta o cabelo, para mim, é inesquecível. Aquilo foi um acontecimento. A sequência depois da cirurgia, que mostra o momento de aceitação da mãe, também.
Após tantos capítulos negando a filha, dizendo que a personagem tinha que ser como ela queria, Joyce reconhece aquele ser humano.
 
Que mensagem você deseja que a personagem passe para o público neste momento tão complicado?
Joyce teve a trajetória de uma pessoa que não aceitava o outro e que projetava nele a sua idealização. Passei mais de 100 capítulos interpretando isso. Gostaria que a reprise de A força do querer passasse a mensagem do respeito ao próximo e suas infinitas formas de existir.

De que maneira a Joyce mexeu com você?
Minha experiência foi muito forte. Quando comecei a estudar a personagem, tive contato com uma família, a mãe com o filho em processo de transição de gênero. Fui vivendo isso também, na trama. Recebia mensagens das pessoas. Elas me paravam para contar as experiências, tanto mães quanto pais.
Você faz a novela, mas, em algum momento, sai e esbarra em tudo isso, em toda essa gente que vem trazer conteúdos de suas vidas. (Estadão Conteúdo)
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