Jornal Estado de Minas

Mariana Ximenes diz que teve medo de não corresponder em Haja coração

Mariana Ximenes ficou apavorada quando recebeu a notícia de que seria a Tancinha na época em que foi convidada para o elenco de Haja coração, novela exibida originalmente em 2016 e reprisada agora no horário das 19h da Globo. Escrita por Daniel Ortiz, a trama é uma releitura de Sassaricando (1987 a 1988), de Silvio de Abreu, em que o papel foi vivido por Claudia Raia. Por ter um tipo físico diferente, o grande medo da atriz era de não fazer jus à imagem sacramentada da personagem na cabeça do público. Além disso, ela queria agradar à intérprete original por serem amigas.

“Tinha uma responsabilidade gigantesca, porque a personagem Tancinha, interpretada pela Claudia Raia, foi um ícone. Além disso, ela é uma das minhas melhores amigas. Eu queria honrá-la. Dei uma olhada nas cenas dela, mas fui buscar uma Tancinha minha. A história mudou muito.
Naquele tempo não havia rede social. Isso influencia na dramaturgia”, confessa Mariana.

Como também tinha feito pouco humor durante a carreira, a atriz ficou apreensiva por precisar ser engraçada ao dar vida à feirante. Com o coração "divididinho" entre Apolo (Malvino Salvador) e Beto (João Baldasserini), Tancinha conseguiu fazer graça e ganhar o afeto das pessoas com o sotaque da Mooca (bairro da Zona Leste de São Paulo).

“Tive muitas conversas com a própria Claudia. Estava nervosa e tensa no início, porque a gente quer que o público assista. Lembro que encontrei o Jorge Fernando (1955-2019) na época e ele me falou para colocar meu coração na personagem. Não adianta apenas querer fazer a linguagem e entrar na fórmula”, relata.

A edição especial de Haja coração é apenas um dos trabalhos de Mariana Ximenes que estão sendo reprisados atualmente. A atriz também está no Viva, às 15h30, na pele de Ana Francisca de Chocolate com pimenta (2003 a 2004).
E, recentemente, a novela A favorita (2008 a 2009) entrou no catálogo do Globoplay.

“Faz 17 anos de Chocolate com pimenta. É lindo ver a ação do tempo. Eu tinha 22 anos quando fui protagonizar essa novela, que pegou gerações diferentes nas reprises no Vale a pena ver de novo e agora no Viva. E lá se vão também 12 anos de A favorita, com uma trama diferente, psicológica, outro tipo de trabalho", comenta.

TRABALHO INÉDITO 
Se não fosse a pandemia do novo coronavírus, Mariana Ximenes já estaria no ar com um trabalho inédito: Nos tempos do imperador. A novela de Thereza Falcão e Alessandro Marson estrearia em março de 2020, porém foi adiada para 2021. Na trama, a atriz vive Luísa, a Condessa de Barral, preceptora das filhas de Dom Pedro II (Selton Mello).

“A gente estava gravando a pleno vapor. Fiquei animada com a personagem, pois a Condessa de Barral existiu. Contracenando com o Selton, que sempre admirei, mas nunca tinha tido chance de trabalhar.
Quando tudo parou, não havia compreendido que estávamos vivendo uma pandemia. Só entendi que era algo sério ao anunciarem o adiamento da novela”, conta. (Agência Estado)



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