Jornal Estado de Minas

Giovanna Antonelli exalta papel de prostituta em Laços de família


Dono de um texto primoroso, com diálogos bem construídos e personagens emblemáticas, o autor Manoel Carlos presenteou Giovanna Antonelli com a prostituta Capitu em Laços de família, novela exibida no Vale a pena ver de novo, na Globo. O drama da mãe solteira que faz programa para sustentar o filho Bruninho (os gêmeos Natã e Andrey Beltrão) e os pais, Pascoal (Leonardo Villar) e Ema (Walderez de Barros), acabou caindo no gosto do público e garantiu a escalação da atriz, em seguida, para viver a primeira protagonista da carreira: a Jade, de O clone (2001).

"Sem dúvida, profissionalmente, foi um divisor de águas. Nessa novela estava todo mundo dedicado e o texto do Manoel Carlos é um dos melhores do Brasil. Ele trabalha com uma sensibilidade e humanidade que é inacreditável. Dá alma para o personagem. Cinquenta por cento está escrito e aí você pode construir a outra metade com uma boa direção e parceiros", elogia a atriz.

Segundo Giovanna, Manoel Carlos sabe traduzir o ser humano de uma forma particular. A intérprete da garota de programa de luxo lembra que boa parte do sucesso da personagem veio porque não foi tratada com superficialidade. E, desta forma, Capitu conseguiu conquistar o telespectador com o drama da prostituta que escondia a profissão da família.
Além disso, ela era constantemente ameaçada pelo ex, Maurinho (Luiz Nicolau), e o cliente Orlando (Henri Pagnoncelli).

"Histórias atemporais podem ser contadas várias vezes. A trama da Capitu é real. Ela existe hoje, assim como há 20 anos. A personagem é batalhadora, apaixonada, e tem uma justificativa para o que faz. A gente fez essa construção na cabeça do telespectador. Se explicarmos, as pessoas entendem os motivos dela", acredita.

Exibida originalmente entre 2000 e 2001, Laços de família é um clássico que continua vivo na memória afetiva do público. De acordo com Giovanna, a novela funcionava como uma orquestra sinfônica em que cada pessoa contribuía para soar afinada.
Mesmo colecionando sucessos na sua trajetória artística e tendo trabalhado com diversos autores, a atriz não imagina alguém ocupando no futuro o lugar de Manoel Carlos no mundo da dramaturgia.

"Não vejo ninguém que se aproxime do universo do Manoel Carlos. É como Michael Jackson e Madonna. Isso não se repete. Não vai ter outra pessoa assim, mas existirão outros autores que também escrevem muito bem", comenta.

EMPREENDEDORA 

Jade, de O clone, foi sua estreia como protagonista e veio sacramentar a carreira da atriz - Foto: João Miguel Júnior/Globo
Além de atuar, Giovanna tem se dedicado a empreender e se orgulha de poder gerar empregos. Dona de uma rede de clínicas de depilação e estética espalhadas pelo Brasil, a atriz afirma que sua vida é baseada em objetivos a serem alcançados.

"Tenho metas para os próximos 10 anos. Empreender foi uma delas 15 anos atrás. Todas as coisas que eu construí foram planejadas. Curto o que estou vivendo hoje.
É isso o que me move. Tenho muita energia, gosto de produzir e ter ideias. Preciso estar impulsionada todos os dias", ressalta a atriz.  
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