Jornal Estado de Minas

Repórteres enfrentam o desafio de trabalhar nas ruas

Ethel Correa, repórter da TV Alterosa, diz que manter a serenidade é fundamental neste momento - Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press
 
No mês em que se comemora o Dia do Jornalista (7 de abril), profissionais da imprensa estão sendo desafiados a enfrentar uma das piores notícias deste século: a pandemia do novo coronavírus. Com o propósito de manter a sociedade bem informada, eles vão para as ruas e também executam sua missão adotando o sistema home office.
 
Além de levar a notícia até a casa dos telespectadores, os profissionais enfrentam a missão de se manter longe do vírus, apesar de o trabalho ser feito na rua. Com a pandemia, praticamente todas as emissoras de televisão aumentaram o tempo destinado ao noticiário. Algumas até criaram programas jornalísticos destinados exclusivamente à COVID-19, como é o caso da Globo, com o Combate ao coronavírus, sob o comando do jornalista Márcio Gomes.
 
Em Minas, a TV Alterosa mantém repórteres nas ruas em busca de notícias sobre a pandemia. Eles se revezam, trabalhando um dia em externas e outro em casa. Veterana, Ethel Correa está há 13 anos na emissora e confessa que esse é um dos maiores desafios de sua carreira de jornalista.
“Na realidade, há vários desafios e um dos maiores é conseguir falar com as pessoas sem podermos nos aproximar delas”, conta a repórter. A missão é ainda mais complicada quando se trata do quadro O povo fala: “Todos têm medo de se infectar.”
 
 
 
A jornalista ressalta que o profissional tem de procurar manter a serenidade e o equilíbrio diante de tantas mudanças. “Há outra questão: trabalhar em home office, pois tenho de dominar novas tecnologias.
O aprendizado pessoal não é somente do jornalista, mas de todo mundo que está passando por essa fase.”
 
Também repórter da TV Alterosa, Larissa Pimenta revela que não é fácil entrevistar as pessoas na rua, pois elas estão arredias desde que o vírus se propagou. “Temos mais dificuldade de fazer O povo fala. Mesmo usando microfone higienizado após cada entrevista, as pessoas ficam desconfiadas. Temos de convencê-las de que não há perigo, mas muitas se esquivam. É o medo da contaminação.”
Outra preocupação de Larissa é se contaminar. “Temo contrair o vírus e levá-lo para casa, pois moro com pessoas que estão no grupo de risco. Sigo as normas de segurança e busco fazer o meu trabalho com muito profissionalismo.
Usamos máscaras e álcool em gel, além de microfones com capas.”
 
Há dois anos trabalhando como repórter esportivo na TV Alterosa, Victor Moreira está “emprestado” à editoria de Gerais. “Muita coisa mudou, agora tenho de prestar mais atenção aos noticiários de saúde, do governo. É um aprendizado para vida”, diz ele.
 
Para o cinegrafista Karl Laguna, o importante é levar informações de qualidade para as pessoas. “Estamos nas ruas trabalhando de outra forma, evitando locais fechados. Mudamos o jeito de fazer as matérias, usamos mais equipamentos do que numa reportagem normal.”
 
A repórter Isabel Guimarães passou a trabalhar em home office. “Para aqueles que estão acostumados com o ritmo da redação, trabalhar em casa é um pouco estranho, mas nos acostumamos rapidamente. Acaba que você adquire outra rotina”, diz.
 
Isabel acredita que, depois da pandemia, as pessoas terão uma nova relação com o trabalho: “É um aprendizado otimizar o tempo em qualquer ambiente. Você saber se organizar sem precisar de estar fisicamente em um local, sempre procurando render da mesma forma ou, às vezes, até mais.”
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