Jornal Estado de Minas

Incentivo à preservação


 
 
A candidatura de Paraty e Ilha Grande é fruto de parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, Iphan, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), prefeituras municipais de Paraty e de Angra dos Reis e Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
A diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Lovchelovitch Noleto, destacou a diversidade cultural e natural da região. “Formada pelo intercâmbio das culturas indígena, africana e caiçara que se expressam nos bens culturais da cidade, Paraty engloba uma fusão de características próprias do patrimônio material e imaterial. Ao mesmo tempo, a cidade apresenta exemplos de povos tradicionais que usam a terra e o mar de forma sustentável, demonstrando a interação do homem com o meio ambiente. Ao se unir a Ilha Grande, o sítio torna-se ainda mais representativo, com áreas de beleza natural excepcional”, pontuou.
 
Acompanhando a decisão, em Baku, a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, comemora a volta para a casa com mais esse título na bagagem do Brasil. “Em Paraty e Ilha Grande, vemos de maneira excepcional e única uma conjunção de beleza natural, biodiversidade ímpar, manifestações culturais, um conjunto histórico preservado, e testemunhos arqueológicos importantes para a compreensão da evolução da humanidade no planeta Terra”, ressaltou a presidente.

Outras candidaturas Outras regiões do Brasil, os cânions do Sul, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, e Seridó, no Rio Grande do Norte, concorrem ao título de geoparque mundial da Unesco. Apesar de ser considerado o primeiro do mundo em atrativos naturais pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil atualmente só tem a Serra do Araripe, no Ceará, na Rede Global de Geoparques da Unesco. De acordo com as autoridades do turismo regional, o título deve promover um salto na visitação desses pontos turísticos para o país.
 
O Brasil concorre ainda em outras duas categorias para títulos da Unesco. A candidatura do Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão, como patrimônio cultural imaterial, será analisada em dezembro, em reunião em Bogotá, na Colômbia.
Atualmente, são sete os elementos brasileiros na lista de patrimônio cultural imaterial: roda de capoeira, círio de Nazaré (PA), frevo do carnaval de Recife (PE), samba de roda do Recôncavo Baiano (BA), expressões orais e gráficas dos povos wajãpi, yaõka, ritual do povo wnawane nawe para manutenção da ordem cósmica e o museu vivo do fandango.
 
Patrimônios culturais

1980 - Cidade histórica de Ouro Preto, Minas Gerais

1982 - Centro Histórico de Olinda, Pernambuco

1983 - Missões Jesuíticas Guarani, Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande de Sul e Argentina

1985 - Centro Histórico de Salvador, Bahia

1985 - Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas do Campo, Minas Gerais

1987 - Plano Piloto de Brasília, Distrito Federal

1991 - Parque Nacional da Serra da Capivara, em 
São Raimundo Nonato, Piauí

1997 - Centro Histórico de São Luís do Maranhão

1999 - Centro Histórico da cidade de 
Diamantina, Minas Gerais

2001 - Centro Histórico da cidade de Goiás

2010 - Praça de São Francisco, na cidade de São Cristóvão, Sergipe

2012 - Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar

2016 - Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas Gerais

2017 - Sítio arqueológico Cais do Valongo, na Zona Portuária do Rio de Janeiro (RJ)

Sítios naturais

1986 - Parque Nacional de Iguaçu, em Foz do Iguaçu, Paraná e Argentina

1999 - Mata atlântica – Reservas do Sudeste, 
São Paulo e Paraná

1999 - Costa do Descobrimento – Reservas da mata atlântica, Bahia e Espírito Santo

2000 - Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central

2000 - Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul

2001 - Áreas protegidas do cerrado: Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas, Goiás

2001 - Ilhas Atlânticas Brasileiras– Reservas de Fernando de Noronha e Atol das Rocas 
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