Fui ao cinema ver A esposa, com Glenn Close no papel-título, e tive o maior prazer na projeção na tela grande de curtir a bela interpretação da atriz numa história bem interessante. Passado na maior parte do tempo em Estocolmo, o filme é ambientado, principalmente, no Grand Hotel, que fica em Gamla Stan, o Centro Histórico da capital sueca.
Durante a projeção na sala escura, voltei no tempo várias vezes e fiquei meio com cara de bobo – sem perder o fio da meada, claro. Há alguns anos, numa viagem para jornalistas a convite de uma empresa escandinava, tive a oportunidade de ficar hospedado no Grand Hotel, um prédio enorme, onde, segundo me contaram por lá, espiões se encontravam durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para traçar seus planos e ações.
Em poucas horas entrei no clima. Afinal, um prédio do século 19, com todo o estilo e atmosfera de espionagem, me deixava com a cabeça em polvorosa. Tomava café da manhã, andava pelos corredores e respirava aquelas “conspirações” com tal intensidade que ficou difícil me esquecer daqueles dias em Estocolmo, nome que, numa tradução antiga, quer dizer “ilha dos paus”.
A título de boas-vindas, todos nós, jornalistas, ganhamos de presente um livro contando a história do hotel, mas não sei se emprestei ou doei, o certo é que, para escrever estes parágrafos, tive que puxar pelas lembranças e recorrer às pesquisas no Google. De todo jeito, vale ressaltar que a cama do aposento era gigantesca, com lençóis imaculadamente brancos e travesseiros de pluma de ganso enormes. Fazia muito frio em Estocolmo, e difícil mesmo era sair do quarto de manhã para cumprir a programação que durou uma semana, com deslocamentos também pelo interior do país.
VELAS E FLORES Por falar nos aposentos do Grand Hotel, outro prazer do filme tem a ver com minha cidade, Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Como assim? Numa cena em que Glenn Close está dormindo com o marido, interpretado pelo ator Jonathan Pryce, um grupo de jovens vestidas com túnicas brancas, com coroa de flores e velas, surpreende o casal cantando música napolitana em homenagem à padroeira dos olhos.
Para meu deleite, a cena foi longa e adorei o som Sankta Lucia das jovens encantadoras. Fiquei meio de boca aberta e quase aplaudi – mas achei melhor ficar quietinho e esperar o desenrolar da trama. Aí, fiz questão de comentar com meu amigo Luiz Gabrich, que mora em Santa Luzia e trabalhou, durante 15 anos, no restaurante sueco Aquavit, em Nova York.
Luiz me contou que todo 13 de dezembro, data consagrada à padroeira dos olhos, o Aquavit rende suas homenagens a Santa Luzia, chamada de Virgem de Siracusa. Jovens vestidas de branco e com as mesmas coroas de flores e velas fazem uma procissão por entre as mesas cantando. Diz Luiz que, entre os suecos, é uma tradição mais cultural do que propriamente religiosa.
CRÉDITOS Fiquei tão empolgado com o Grand Hotel, que esperei descerem os créditos finais para ver se realmente era ele mesmo. E era! Cartão-postal de Estocolmo, o prédio tem sua fachada filmada de longe, à noite, com o letreiro em neon bem à vista. Recorri então à internet para mais detalhes, num site em espanhol.
O cinco-estrelas foi fundado em 1872 pelo francês Jean-François Régis Cadier e abriu as portas dois anos depois, em 14 de junho de 1874. O prédio fica ao lado do Museu Nacional de Estocolmo e de frente ao Palácio Real e Gamla Stan. Mas, na pesquisa, veio a melhor surpresa: desde 1901, os laureados com o Prêmio Nobel e suas famílias se hospedam no hotel. O filme – e aí não tem spoiler para quem não viu ainda – versa sobre a esposa de um escritor que vai a Estocolmo com ela e o filho para receber o Prêmio Nobel de literatura.
Para quem está programando viagem a Estocolmo e quer se hospedar num cenário de filme, vai a dica: são 300 quartos e 31 suítes, 24 salas de banquete e conferências, dois restaurantes, um bar e um spa. Enquanto o voo não está marcado, vale a pena assistir ao filme.
Durante a projeção na sala escura, voltei no tempo várias vezes e fiquei meio com cara de bobo – sem perder o fio da meada, claro. Há alguns anos, numa viagem para jornalistas a convite de uma empresa escandinava, tive a oportunidade de ficar hospedado no Grand Hotel, um prédio enorme, onde, segundo me contaram por lá, espiões se encontravam durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para traçar seus planos e ações.
Em poucas horas entrei no clima. Afinal, um prédio do século 19, com todo o estilo e atmosfera de espionagem, me deixava com a cabeça em polvorosa. Tomava café da manhã, andava pelos corredores e respirava aquelas “conspirações” com tal intensidade que ficou difícil me esquecer daqueles dias em Estocolmo, nome que, numa tradução antiga, quer dizer “ilha dos paus”.
A título de boas-vindas, todos nós, jornalistas, ganhamos de presente um livro contando a história do hotel, mas não sei se emprestei ou doei, o certo é que, para escrever estes parágrafos, tive que puxar pelas lembranças e recorrer às pesquisas no Google. De todo jeito, vale ressaltar que a cama do aposento era gigantesca, com lençóis imaculadamente brancos e travesseiros de pluma de ganso enormes. Fazia muito frio em Estocolmo, e difícil mesmo era sair do quarto de manhã para cumprir a programação que durou uma semana, com deslocamentos também pelo interior do país.
VELAS E FLORES Por falar nos aposentos do Grand Hotel, outro prazer do filme tem a ver com minha cidade, Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Como assim? Numa cena em que Glenn Close está dormindo com o marido, interpretado pelo ator Jonathan Pryce, um grupo de jovens vestidas com túnicas brancas, com coroa de flores e velas, surpreende o casal cantando música napolitana em homenagem à padroeira dos olhos.
Para meu deleite, a cena foi longa e adorei o som Sankta Lucia das jovens encantadoras. Fiquei meio de boca aberta e quase aplaudi – mas achei melhor ficar quietinho e esperar o desenrolar da trama. Aí, fiz questão de comentar com meu amigo Luiz Gabrich, que mora em Santa Luzia e trabalhou, durante 15 anos, no restaurante sueco Aquavit, em Nova York.
Luiz me contou que todo 13 de dezembro, data consagrada à padroeira dos olhos, o Aquavit rende suas homenagens a Santa Luzia, chamada de Virgem de Siracusa. Jovens vestidas de branco e com as mesmas coroas de flores e velas fazem uma procissão por entre as mesas cantando. Diz Luiz que, entre os suecos, é uma tradição mais cultural do que propriamente religiosa.
CRÉDITOS Fiquei tão empolgado com o Grand Hotel, que esperei descerem os créditos finais para ver se realmente era ele mesmo. E era! Cartão-postal de Estocolmo, o prédio tem sua fachada filmada de longe, à noite, com o letreiro em neon bem à vista. Recorri então à internet para mais detalhes, num site em espanhol.
O cinco-estrelas foi fundado em 1872 pelo francês Jean-François Régis Cadier e abriu as portas dois anos depois, em 14 de junho de 1874. O prédio fica ao lado do Museu Nacional de Estocolmo e de frente ao Palácio Real e Gamla Stan. Mas, na pesquisa, veio a melhor surpresa: desde 1901, os laureados com o Prêmio Nobel e suas famílias se hospedam no hotel. O filme – e aí não tem spoiler para quem não viu ainda – versa sobre a esposa de um escritor que vai a Estocolmo com ela e o filho para receber o Prêmio Nobel de literatura.
Para quem está programando viagem a Estocolmo e quer se hospedar num cenário de filme, vai a dica: são 300 quartos e 31 suítes, 24 salas de banquete e conferências, dois restaurantes, um bar e um spa. Enquanto o voo não está marcado, vale a pena assistir ao filme.