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Estado de Minas

Capital também do rock

Os argentinos são apaixonados pelo rock, talvez até mais que os brasileiros


postado em 04/12/2018 05:03

Galeria Blond Street guarda semelhanças com a nossa antiga Galeria Praça Sete
Galeria Blond Street guarda semelhanças com a nossa antiga Galeria Praça Sete



Em meu segundo e último dia completo em Buenos Aires resolvi dar uma volta pelo Centro da cidade e descobrir mais sobre a música local. Acabei encontrando meio sem querer a famosa casa de jazz Notorious, que também é uma loja de discos e elegante restaurante. A loja/restaurante estava aberta, mas resolvi seguir caminho. Na noite anterior já havia me deliciado com o jazz. Nessa mesma região, na famosa Avenida Santa Fé, cheia de lojas e cafés, existe uma galeria muito interessante. Lojas de tatuagem, grafites na parede, jovens de cabelo comprido circulando pelos corredores, muitas outras lojas de roupas e discos. Qualquer semelhança com a Galeria do Rock de São Paulo ou a Galeria Praça Sete (nos bons tempos), em Belo Horizonte, não é mera coincidência.

A Galeria Bond Street é um lugar meio escondido nessa avenida. Quase não se percebe a sua entrada. Polo da cultura underground portenha, lá dentro muita gente circulando à procura de camisetas de bandas de rock, ingressos para alguns festivais e fazer mais uma tatuagem (lá tem um estúdio de um famoso tatuador argentino). São três pisos, com uma variedade enorme de lojas, que funcionam de segunda a sábado, das 10h às 21h.

Mais adiante, numa outra galeria nestsa mesma avenida, encontro a famosa loja Abraxas Discos. Uma pequena e aconchegante loja comandada por Fernando Pau e o filho Sebastian. A loja está no mesmo local desde 1983, em pleno coração de Buenos Aires. O simpático Sebastian abriu a porta de sua loja com um sorriso estampado. Com um português quase perfeito (ele morou no Rio de Janeiro no fim dos anos 1980), ele me mostra a loja repleta de vinis, CDs e DVDs. Especializada em rock internacional e latino, a loja conta com enorme acervo. Quase tudo é usado.

Sebastian Pau me explica que o vinil é uma obra de arte, é um conceito e que adora escutar a velha bolacha preta devido à frequência dos graves, que o nosso corpo humano recebe melhor. Ele me relata que, nos anos 1970, entrou muita música brasileira na argentina e me mostra um raro exemplar do álbum Milagro de los peses (1973), de Milton Nascimento. Quem for à loja Abraxas deve reservar um lugarzinho na bagagem de volta para os vinis e os CDs, junto com os famosos alfajores e um vinho tinto.

 

SHOW

Depois daquela tarde me preparo para o rock argentino e a cumbia. Mas, naquela noite, descubro que os bailes de cumbia na periferia não são muito regulares e que ocorrem em sua maioria nos fins de semana. Era quinta-feira. Acabei ficando um pouco frustrado. Estava muito curioso com esse ritmo musical latino, mas acabei tendo de deixá-lo de lado. Em compensação, fechando aquela noite, teria para o meu deleite um show da maior banda de heavy metal da argentina. Nada menos que Rata Blanca se apresentaria, em comemoração aos 30 anos de carreira. Um show histórico para os portenhos e também para mim, fã da banda e da música pesada. Os argentinos são apaixonados pelo rock, talvez até mais que nós brasileiros.

Esse gênero musical tem começo na Argentina, nos anos 1950, recebendo influências do rock americano e britânico (assim como no Brasil). Fito Paez e a banda Soda Stereo são os maiores ícones desse estilo musical. Já Rata Blanca é considerada a maior banda metal da Argentina e a de maior projeção internacional. Criada nos anos 1980, em Buenos Aires, a banda conquistou uma legião fiel de seguidores e arrebatou os corações portenhos com seus riffs pesados e a influência da música clássica. O show ocorreu na famosa casa Luna Park (a casa tem extensa programação de shows), com lotação máxima. Os hermanos, em sua maioria, estavam ostentando camisas pretas, em homenagem à banda. Ovacionados, os músicos do Rata Blanca agradeceram o público pela fidelidade nos 30 anos de carreira. Foi mais uma noite memorável na fria capital argentina.

Depois de 48 horas em Buenos Aires, já no avião de volta, olho pela janela o Rio da Prata banhando a capital da Argentina e fico com a sensação de que o povo argentino ama e vive a música. Como disse Confúcio, “a música sempre conta tudo de um lugar”.

* Confira o vídeo no portal UAI


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