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O oposto também tem seus encantos


postado em 06/11/2018 05:08

Avenida mais charmosa do mundo, a Champs-Elisées já começava a dar as boas-vindas à estação mais fria do ano
Avenida mais charmosa do mundo, a Champs-Elisées já começava a dar as boas-vindas à estação mais fria do ano

 

 

A profusão de cores do outono tem prazo de validade. Chega um momento em que não tem jeito: a diversidade de tons dá lugar ao monocromático. Começa cinzento e vai esfriando para mostrar o quão próximo está a estação mais conservadora do ano. Casacos pesados e cachecóis vão ditando o novo look das ruas até a chegada, definitiva, dos ventos gelados. A paisagem, num cinza ainda mais escuro, chega ao branco absoluto em algumas regiões. Uma cena menos alegre, mas de beleza igualmente estonteante.


Enquanto o colorido de antes dá ideia de movimento, a nova fase parece estática. Algo enrijecido, apesar dos ventos gélidos e cortantes. Uma beleza totalmente inóspita, principalmente quando tomada pelos raios de sol. Sim, o inverno rigoroso, até mesmo em plena área montanhosa, seja nos Alpes, seja nos Pireneus, pode ter dias ensolarados. E aí, o contraste com o branco até incomoda os olhos.


O inverno se torna sinônimo de introspecção. A debandada em parques e praças diminui. O aconchego e o calor do lar são melhores. Nos bares e restaurantes parisienses, a cena típica das estações mais amenas, quando mesas do lado de fora são todas ocupadas para dar as boas-vindas ao tempo bom, em tempos de frio e umidade. Só se aventura a encarar o frio quem insiste em fumar, mesmo com a mão congelando – chove nesta época nesta capital tão charmosa. Uma chuva fina e persistente.


Mas na adversidade também se tem beleza. E como tem! Neve em forma de chuva ou já densamente acumulada faz o cinza dar lugar ao branco. Ali, já estabelecida no chão, nas casas ou no carro, é bela. Ainda caindo, é interessante de ver, mas chata de sentir. Na cidade, compõe paisagens antagônicas: adversa para quem lá mora e é obrigado a fazer todas as tarefas do dia a dia em terreno escorregadio, e espetáculo para quem está de passagem e não a tem no país de origem.


Nas montanhas, é suprema. Árvores, folhas, tetos das casas, tudo caindo de neve. É um branco de encher os olhos, que toca o coração e nos deixa mudos. Não há palavras, apenas admiração pelo cenário maravilhosamente diferente. A gente se pergunta, por vezes, se é real, se é pintura. De repente, nos sentimos como se estivéssemos num quadro emoldurado por um surrealismo paisagístico.


De volta à capital, seus símbolos e luzes são a supremacia dos movimentos da natureza, seja em contraste com o colorido do outono seja dos austeros do inverso. Luminosidade natural mais ou menos intensa, a depender da presença do Sol ou não, do calor ou do frio, dos dias de mais ou menos cerração. Não importa. Torre Eiffel, Louvre e sua pirâmide ainda hoje controversa, Museu D’Orsey, o Arco do Triunfo.

CICLOS A sempre tumultuada Champs-Elisées, de gente e carros, é um símbolo dessa profusão. Atualmente, está ainda mais “bordelique”, em bom francês, para definir a confusão. Obras nos dois sentidos da avenida. Aliás, Paris se tornou um verdadeiro canteiro de obras, com intervenções para todos os lados. A prefeita, Anne Hidalgo, do Partido Socialista, quer travar ao máximo a circulação de automóveis, para fazer da cidade mais turística do planeta ideal para pedestres. Na segunda semana de outubro, outro elemento tumultuava ainda mais. A avenida mais charmosa do mundo já estava sendo enfeitada para o Natal. As luzes ainda não haviam sido acesas, mas já estavam lá, tomando lugar em meio ao colorido e às árvores com seu desfolhado rebelde. Anunciando que, em breve, mais um ciclo chegaria.


Porque a França é assim: não importa em qual época, o que se vê e o que se sente aquece e colore emoções, gostos e sensações. (JO)


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