Jornal Estado de Minas

GOLPE

Teve seu perfil no Instagram hackeado? Saiba o que fazer

A invasão de perfis no Instagram esteve entre os crimes cibernéticos de maior incidência em 2022, segundo levantamento da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público de Minas Gerais (Coeciber). 





A estratégia mais comum para hackear esses perfis é o “phishing” ou engenharia social. Os criminosos enviam uma mensagem para o Instagram, Whatsapp ou email da vítima com ofertas ou prêmios.

Quando o usuário clica no link da mensagem, um programa malicioso fornece ao hacker acesso aos dados da vítima. Esses criminosos também podem pedir os dados à própria vítima alegando ser um funcionário da plataforma, por exemplo.

Com os dados obtidos ou fornecidos, os criminosos têm acesso ao perfil e podem mudar a senha e os dados de verificação. 

A partir daí, o golpista se passa pela vítima para enganar seus seguidores. É comum divulgarem falsas ofertas, fazerem negócios com os seguidores pelo ‘direct’ e pedirem pagamento por Pix.




Meu Instagram foi hackeado, e agora?

“A primeira medida é registrar um boletim de ocorrência”, indica o promotor Mauro Ellovitch. Segundo ele, essa etapa é importante “para a vítima se prevenir do uso indevido do nome dela ou que cometam algum crime em seu nome".

Ao boletim, ele recomenda anexar capturas de tela do perfil hackeado e outras informações úteis que comprovem que a vítima não tem acesso à conta. É importante que a pessoa faça o procedimento do Instagram e comunique parentes e pessoas próximas sobre o hackeamento da conta, explica o promotor.

O procedimento da plataforma envolve a criação de uma nova senha e permite que a vítima recupere o seu acesso. 

Ellovitch lembra que também é importante avisar outros usuários caso perceba alguma atividade suspeita no perfil deles.





"Cada dia de atraso para tomar uma providência é um risco maior da consumação de novos crimes”, destaca. 

Como se prevenir 

  • Não clique em links de ofertas ou prêmios recebidos pelo Instagram, Whatsapp, SMS ou por e-mail;
  • Não forneça dados pessoais em conversas por redes sociais;
  • Ative a verificação em duas etapas em sua conta no Instagram;
  • Não deixe o número de telefone vinculado ao aplicativo Instagram;
  • Desconfie de ofertas muito baratas em contas pessoais no Instagram;
  • Não faça pagamentos via depósito ou Pix para terceiros sem confirmar antes a sua autenticidade.

Invasão de conta no Instagram é crime

Mauro Ellovitch explica que a invasão de perfis no Instagram para aplicar golpes envolve, pelo menos, dois crimes, um em relação ao titular e outro à vítima que fez o negócio com o golpista.

O primeiro está previsto no artigo 154A do Código Penal como “invasão de dispositivo informático de uso alheio”. Já o segundo crime é enquadrado como estelionato, previsto no artigo 171. 

Quando se trata da responsabilidade da plataforma, Ellovitch afirma que “é uma questão supercontroversa" e está aberta a diferentes interpretações. Ainda segundo ele, se existirem fragilidades no sistema da plataforma que permitiram o hackeamento, o caso pode ser enquadrado como vício na prestação do serviço, previsto no Código de Defesa do Consumidor.