Jornal Estado de Minas

GOLPE

Relato de jovem que sofreu golpes em bancos após roubo de celular viraliza

 

 

Imagine voltar de férias, entrar em um táxi e, em seguida, abrir o celular para pedir um delivery. Você está com o aparelho desbloqueado quando alguém o puxa de sua mão. Foi o que aconteceu com o agente de talentos Bruno de Paula, que compartilhou o relato na conta dele do Twitter nesta quinta-feira (5/5). 






Ele conta que, nas horas seguintes, foram feitos diversos empréstimos e transferências nos aplicativos do banco, que possuíam reconhecimento facial. Uma compra de seis garrafas de uísque no valor de R$ 329 foi feita pelo app de delivery. De acordo com o jovem, foram gastos mais de R$ 160 mil. 


Ainda segundo o relato, os bancos foram acionados e o valor será restituído.

A publicação dominou as discussões da rede social nesta sexta-feira (6/5), com várias pessoas compartilhando casos parecidos, e outros dando dicas de proteção. O nome do Nubank, um dos bancos envolvidos na história, foi parar nos trending topics. 






Falta de bloqueio facilitou ação 

 


De acordo com a especialista em cibersegurança e professora do Departamento de Ciência da Computação da UFMG, Michele Nogueira Lima, o fato do celular estar desbloqueado facilitou a ação dos assaltantes. “A gente não sabe o que havia no dispositivo de conteúdo pessoal, mas é possível pensar que, com o aparelho desbloqueado, o atacante teve acesso às informações”, afirma. 

 


A especialista explica, ainda, que muitas vezes temos algumas informações no celular que podem favorecer empréstimos, aberturas de contas e outros golpes financeiros. É o caso dos documentos digitalizados, por exemplo.

“Muitas vezes, a gente coloca determinados dados e esquece de apagar. Especialmente hoje em dia, com os documentos digitalizados, como a CNH. Numa situação dessa, facilmente o assaltante pode se passar por ele. Outro aspecto que eu vejo são os aplicativos que têm acesso a diversos serviços, como conta de luz e de água. Com certeza, tinha algum documento que comprovava a residência dele, o que leva aos empréstimos”, explica.





“Nesse caso, é como se ele tivesse esquecido a porta de casa aberta. O principal bloqueio que ele tinha já estava aberto e os demais não estavam muito protegidos”, compara. De acordo com Michele, existe um mecanismo chamado wipe out, que rastrea e apaga todos os dados que estão no dispositivo, desde que o aparelho esteja conectado à internet, que poderia ser útil em situações como a relatada.


Mas ela destaca que a tecnologia ainda não é popularizada e está disponível apenas nos celulares da Apple.

 

Saiba como se proteger

A professora Michele Nogueira Lima deu algumas dicas para evitar sofrer golpes pelo celular: