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Estado de Minas

Zuckerberg diz que Facebook vai atuar para garantir integridade de eleições no Brasil

Rede social enfrenta escândalo envolvendo vazamento de dados de 50 milhões de usuários


postado em 22/03/2018 16:51

Zuckerberg admitiu que a empresa errou ao permitir compartilhamento de dados (foto: AFP / Jim WATSON )
Zuckerberg admitiu que a empresa errou ao permitir compartilhamento de dados (foto: AFP / Jim WATSON )

Depois de admitir que "dezenas de milhões" de dados de usuários foram acessados pela consultoria Cambridge Analytica, podendo influenciar as eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse na noite desta quarta-feira, 20, em entrevista à rede americana CNN que quer garantir a integridade das eleições no Brasil e na Índia. 

"Há uma grande eleição no Brasil, há grandes eleições em todo o mundo. Pode apostar que estamos muito comprometidos em fazer tudo o que pudermos para garantir a integridade dessas eleições no Facebook", afirmou Zuckerberg. Na entrevista, o executivo também falou sobre a importância do combate às notícias falsas e se disse "feliz" se tiver de depor no Congresso americano sobre o escândalo, mas apenas "se for eu a pessoa certa a ir." 

Ferramenta

A fala de Zuckerberg dá notabilidade aos esforços da empresa para as eleições presidenciais deste ano. Nesta quarta-feira, 20 durante entrevista coletiva em São Paulo, a vice-presidente de políticas públicas do Facebook, Monica Bickert, disse que a empresa está trabalhando para trazer ao País uma ferramenta capaz de dar transparência aos anúncios feitos por políticos durante suas campanhas na rede social - vale lembrar que esta será a primeira vez que tal prática será permitida pela Justiça Eleitoral. 

Segundo Bickert, a ferramenta já foi testada no Canadá - os engenheiros do Facebook trabalham contra o tempo para entregá-la a tempo do início da campanha eleitoral, marcado para o dia 16 de agosto. "Não temos uma janela de lançamento, mas o que estiver funcionando na época será trazido para cá", disse. 

Por meio da ferramenta, será possível ver informações sobre o CNPJ, o partido político, o montante gasto, o público-alvo e o alcance de cada anúncio feito por uma página oficial de campanha até mesmo depois do fim das eleições. Dessa forma, será difícil por exemplo, que um candidato faça anúncios diferentes direcionados a públicos diversos - evitando o surgimento virtual do político "duas-caras". 

"É uma ferramenta que mostra mais transparência nos anúncios", disse a executiva. Além disso, a empresa diz que trará ao País os sistemas para detectar contas falsas e spam, usados pelos russos para influenciar as eleições americanas de 2016. Segundo Bickert, eles foram postos à prova nos pleitos alemão e francês no ano passado. "Conseguimos agir melhor e evitar a influência russa nesses casos", declarou a vice-presidente, sem citar números específicos. 

No encontro, a assessoria local do Facebook disse ainda que tem realizado encontros com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para planejar ações durante as eleições - segundo a empresa, há forte preocupação com o uso de contas falsas e disseminação de notícias falsas na plataforma. "Estamos nos engajando localmente para ajustar políticas globais às necessidades locais", disse Bickert, sobre o tema. 

Reconhecimento

Na quarta-feira, 20, Mark Zuckerberg afirmou que a rede social irá investigar todos os aplicativos que tiveram acesso a um grande volume de dados pessoais de usuários. O executivo também anunciou que fará uma auditoria completa em qualquer aplicativo com atividade suspeita e banir "qualquer desenvolvedor que não concorde com a auditoria". 

As declarações do executivo foram publicadas em seu perfil oficial no Facebook, três dias após reportagens dos jornais The Observer e The New York Times revelarem um esquema de uso de dados de mais de 50 milhões de usuários da rede social pela empresa de inteligência Cambridge Analytica.

Zuckerberg também disse que irá restringir a quantidade de informações compartilhadas com terceiros para evitar casos semelhantes. "Vamos reduzir os dados que você dá a um aplicativo quando você assinar -para apenas seu nome, foto de perfil e endereço de e-mail", afirmou. "Vamos exigir que os programadores não só sejam aprovados, mas também assinem um contrato para pedir a qualquer pessoa que dê acesso à suas publicações ou outros dados privados."

O executivo também disse que, a partir do próximo mês, o Facebook deixará mais claro para os usuários quais dados são usados pelos aplicativos terceirizados. "Vamos mostrar a todos uma ferramenta na parte superior do feed de notícias que terá os aplicativos usados no Facebook e uma forma fácil de revogar as permissões de uso de dados. Já temos uma ferramenta para fazer isso nas Configurações de privacidade e agora vamos colocar esta ferramenta na parte superior do feed de notícias para garantir que todos vejam", completou.


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