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Estado de Minas ARQUEOLOGIA

Seca revela tesouro do Rio Vístula, na Polônia


postado em 09/09/2015 15:06 / atualizado em 09/09/2015 15:17

(foto: Reprodução da internet)
(foto: Reprodução da internet)
Varsóvia – Afetado por uma seca excepcional, o nível do Rio Vístula, o maior da Polônia, diminuiu tanto que revelou um tesouro arqueológico que data de 700 a.C. “Há fragmentos de revestimento em mármore e granito, elementos de fontes, soleiras, colunas, lajes, balas de canhão e muito mais”, contou Hubert Kowalski, pesquisador do Instituto Arqueológico da Universidade de Varsóvia.

No coração da capital polonesa, os arqueólogos, calçados em galochas laranja ou verde, caminham pelas águas do maior rio do país, cuja profundidade não superou os 40 centímetros. Com todo tipo de detectores, sonares e perfiladores de sedimentos, tentam identificar objetos interessantes.

Os bancos de areia desenham hoje uma paisagem deserta e desoladora no meio do rio, mas os arqueólogos estão encantados. As escavadeiras os acompanham a lugares inacessíveis em tempos normais. Com a ajuda de bombas de água emprestadas pelos bombeiros, tiram capas de areia e pedras para retirar suas descobertas da água. Usam inclusive gruas caso os objetos sejam muito pesados.

“Tratam-se, sobretudo, de fragmentos de pedras esculpidas que os suecos tentaram roubas no século XVII, quando invadiram o país em 1656. Por culpa do baixo nível do Vístula, não conseguiram realizar a empreitada”, explicou Kowalski. Mas o fundo do rio também revelou elementos de antigas pontes históricas da capital, de barcos ou de objetos em cerâmica que remontam ao período compreendido entre 700 e 400 a.C.

OBELISCOS Obeliscos, bases de colunas e tímpanos procedem provavelmente do palácio de Casimiro, situado no atual campus da universidade de Varsóvia.

O Vístula cruza a Polônia de norte a sul sobre mais de 1 mil quilômetros antes de desembocar no Báltico. “É um dos rios mais caprichosos da Europa”, garante a ministra da Cultura, Malgorzata Omilanowska, que visitou os arqueólogos na quinta-feira passada.

“Seu fundo é composto por uma camada de areia profunda de entre oito e nove metros e brinca com ela como quer. Dá para amontoar toda essa areia e transformá-la em uma verdadeira montanha e, no ano seguinte, cavar um grande buraco no mesmo local”, contou a ministra.

Suas margens verdes e selvagens são um deleite para os pássaros e para os moradores de Varsóvia, que adoram fazer caminhadas ou andar de bicicleta por lá durante o verão. O nível do Vístula é medido sistematicamente desde 1789. Sua altura media na capital é de 2,37 metros. Sua maior cheia remonta a 1960, quando suas águas chegaram a 7,87 metros.

A diminuição do nível do Vístula e seus afluentes, que afeta muito a produção agrícola, não provocou perturbações no abastecimento de água potável da capital – proveniente de fontes subterrâneas. Em outros lugares da Polônia, a seca fez aparecer "tesouros" mais recentes. O rio Bzura revelou, por exemplo, os destroços de um avião militar soviético derrubado no final da Segunda Guerra Mundial. Ea queda do nível do Rio San, no Sudeste do país, revelou um pequeno navio-patrulha, provavelmente austríaco, da Primeira Guerra Mundial, e três fuzis de mais de um século ao lado de suas munições.


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