Jornal Estado de Minas

Progresso científico é registrado em livro

Eduardo Tristão Girão
Se o brasileiro ainda não conhece o camu-camu como deveria, o fotógrafo mineiro Silvestre Silva merece destaque pelo seu trabalho para divulgá-lo.
Não por acaso, uma bela imagem dessas frutas ilustra a capa de seu livro Frutas da Amazônia (Metalivros). Depois de 30 anos viajando constantemente à região amazônica, curiosamente, este é seu primeiro livro voltado especificamente para o tema, lançado em 2011. São cerca de 350 imagens para ilustrar 100 das mais significativas espécies locais.

Além de preciosas informações gerais sobre a planta, Silva oferece ao leitor fotos de detalhes do fruto, de suas flores, do arbusto durante cheia no Rio Negro e de exemplares cultivados em terra firme pelo Inpa em Iranduba (AM). Ao final, registra também progressos científicos no estudo do camu-camu feitos por outros pesquisadores, como o de Jerusa de Andrade (que também é ligada ao Inpa) pela Universidade Estadual de Campinas.

Sem dúvida, poucas pessoas conhecem tão bem as frutas do Norte do Brasil como o fotógrafo, que tem por hábito conversar com todo tipo de fonte para enriquecer suas pesquisas, de cientistas a ribeirinhos. Com disposição de sobra, viajou novamente para a região com o interesse principal de encontrar frutas raras, das quais não tinha registro, caso do pepino-do-mato e da moela-de-mutum. Percorreu todos os estados da região, além do Mato Grosso, totalizando pelo menos 200 cidades visitadas.

CACAU Estão na obra “primos” menos conhecidos do cacau (cacau-do-peru, cacau-jacaré e cacauí), do caju (cajuaçu e cajuzinho-do-campo) e do pequi (pequiá), bem como as castanhas-de-cutia, da-água, de-galinha, do-brasil e do-maranhão) – para não falar dos conhecidos cupuaçu, açaí, bacuri, taperebá e buriti, por exemplo. Algumas frutas lhe custaram um dia inteiro de viagem, como a castanha-de-galinha, que tinha apenas quatro frutas quando Silva a encontrou.
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