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Estado de Minas

Clima influenciou o fim da cultura Rapa Nui


postado em 30/01/2015 12:00 / atualizado em 30/01/2015 13:09

Os maori, blocos esculpidos como humanos, são o trabalho mais conhecido dos habitantes antigos da ilha (foto: Kenia Ribeiro/divulgação )
Os maori, blocos esculpidos como humanos, são o trabalho mais conhecido dos habitantes antigos da ilha (foto: Kenia Ribeiro/divulgação )
Muito antes de os europeus chegarem à Ilha de Páscoa, em 1722, a cultura nativa polinésia, conhecida como Rapa Nui, já demonstrava sinais de declínio. Contudo, o cataclisma ainda é debatido pela comunidade científica, que não sabe se as causas seriam a degradação ambiental, uma revolução política ou mesmo uma epidemia. Agora, uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo Oliver Chadwick, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, oferece uma explicação diferente e ajuda a esclarecer o quadro cronológico.

“No debate atual sobre a Ilha de Páscoa, uma parte da comunidade científica diz que o declínio Rapa Nui se deve por mudanças ambientais. A própria população se dizimou”, diz Chadwick. “O outro lado afirma que o cataclisma não tem nada a ver com comportamento cultural, e que os europeus levaram doenças que mataram os Rapa Nui. Nosso resultado indica que há um pouco de ambos, mas um ponto importante é que algumas comunidades já estavam abandonando a ilha antes do contato europeu”, observa o professor do Departamento de Geografia e Estudos Ambientais.

Com outros pesquisadores americanos e australianos, Chadwick analisou seis campos agrícolas usados pelos habitantes da ilha, famosos pela construção dos maori, enormes blocos de pedra esculpidos como figuras humanas. A pesquisa concentrou-se principalmente em três localidades sobre as quais havia informações sobre clima, composição do solo e padrões de uso de terra. A equipe utilizou flocos da rocha obsidiana como ferramenta de datação. Medir a quantidade de água que penetra a superfície da pedra permite determinar sua idade.

Em conjunto com as análises climáticas e geológicas, a equipe observou que os Rapa Nui estavam reagindo a variações naturais e ambientais produzindo grãos suficientes para alimentá-los, mas sem degradar os recursos. Contudo, ao longo do tempo, as condições climáticas – um tempo cada vez mais seco – foram atrapalhando o cultivo de alimentos e, sem nutrientes, os nativos ficavam mais suscetíveis às doenças que, posteriormente, chegaram à ilha, levadas pelos europeus. Para os pesquisadores, portanto, o que ocorreu foi um conjunto de fatores, e não um violento colapso, como se supunha.


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