Ministros europeus alcançaram um acordo "histórico" para construir o Ariane 6, um novo foguete lançador mais competitivo que começará a voar em 2020, anunciou a ministra de Ensino Superior e Pesquisa da França, Geneviève Fioraso.
"Com esta decisão histórica", a Europa dá "uma resposta forte à concorrência internacional em um setor estratégico para a soberania europeia, para sua indústria, para o emprego", declarou a ministra.
A Europa comprometeu-se com um orçamento global para seus foguetes lançadores de EUR 8 bilhões em dez anos, dos quais a metade será destinada ao Ariane 6, um montante que inclui a construção de uma nova plataforma de lançamento em Kourou (Guiana Francesa).
"É um sucesso. Inclusive, me atreveria a dizer: um grande sucesso", declarou Jean-Jacques Dordain, diretor-geral da Agência Espacial Europeia (ESA).
A França aportará 52% dos recursos e a Alemanha, o segundo contribuinte mais importante do projeto, aportará 22%.
A ESA discutiu durante dois meses para chegar a este acordo. As negociações foram celebradas especialmente entre França e Alemanha, principais contribuintes do programa Ariane.
Iniciado há 35 anos, o projeto Ariane já teve várias versões. O atual, Ariane 5, lançado em 1987, voa desde 1996.
O atual foguete europeu, Ariane 5, que tem no currículo 62 sucessos seguidos desde a sua estreia, em 1987, conquistou mais de 50% do mercado comercial de serviços de lançamento de satélites, mas enfrenta uma concorrência cada vez mais feroz, em particular do Falcon, da americana SpaceX.
Modulável em duas versões - uma com dois aceleradores sólidos e uma mais pesada, com quatro, capazes de levar dois satélites -, o Ariane 6 se adaptará tanto às necessidades institucionais (satélites científicos, sondas espaciais...), quanto aos voos comerciais (satélites de telecomunicações, de TV...).
A nova configuração do Ariane 6 também busca prever a evolução do mercado, com a importância crescente de satélites a propulsão elétrica, mais leves, mas que podem ser mais volumosos.
O futuro Ariane 6 terá a vantagem de poder usar elementos já testados no Ariane 5 ou estudados para o projeto Ariane 5 ME, uma versão intermediária já abandonada, minimizando os riscos e os custos.
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