Uma redução de mais de dois terços (67%) dos riscos de internação na duração do estudo deve ser observada, afirmaram os pesquisadores, assim como a redução consequente (88,5%) dos casos de dengue hemorrágica, forma severa da doença potencialmente mortal, que provoca a cada ano mais de meio milhão de internações (essencialmente de crianças).
O desenvolvimento de uma vacina contra a doença é complexo porque existem quatro subtipos do vírus. O teste, realizado entre 2011 e 2013 na Indonésia, Malásia, Filipinas, Vietnã e Tailândia, foi realizado com mais de 10 mil crianças, algumas das quais receberam a vacina e outras, um placebo. Durante o período do estudo, 117 casos de dengue foram registrados no grupo, mais numeroso daqueles que foram vacinados, e 133 no outro grupo, demonstrando uma eficácia de 56,5%.
A proteção, entretanto, varia segundo o subtipo, mais de 75% contra os vírus de tipo 3 e 4, de 50% contra aqueles de tipo 1, mas de 35% contra o vírus de tipo 2. Em um comentário publicado na revista, o professor Annelies Wilder-Smith, de Cingapura, estima que uma vacina que reduz à metade os casos anuais de dengue representará uma “vantagem importante no campo da saúde pública”, sem ser, portanto, uma solução milagrosa. O acompanhamento dos participantes do estudo se manterá até 2017.
A incidência mundial da dengue avançou de forma espantosa nas últimas décadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que calcula em 100 milhões o número anual de casos de dengue no mundo.
Um outro teste de eficácia foi conduzido pela Sanofi em cinco países (Brasil, Colômbia, Honduras e Porto Rico) com 20 mil voluntários. A empresa francesa revelou no fim de abril passado o resultado global do teste asiático, indicando esperar poder comercializar sua vacina em 2015..