Jornal Estado de Minas

Motorola lança smartphones com dual chip e TV digital

Aparelho estará disponível a partir de amanhã no Brasil em duas versões

Silas Scalioni
- Foto: Silas Scalione/EM/D.A PRESS

São Paulo – Com direito à participação de seu presidente, Rick Osterloh, e do vice-presidente de Marketing Steve Sinclair (profissional que cuidou do marketing de cinco gerações do iPhone), a Motorola acaba de apresentar em São Paulo seu novo smartphone: o Moto E, que terá versões exclusivas para o Brasil – uma com dual chip e outra com dual chip e TV digital. A empresa anunciou ainda uma nova edição do Moto G, lançado no ano passado, mas que agora chega ao país compatível com a rede 4G adotada por aqui.

A boa notícia relativa aos aparelhos são os preços, pois a Motorola continua apresentando produtos que, se por um lado não são nenhum equipamento top de mercado, por outro se mostram modelos competentes e com configurações e recursos superiores aos smartphones de preços similares de empresas concorrentes. O Moto E custa R$ 529 na versão dual chip e R$ 599 com TV digital e duas capinhas. Já o preço sugerido do Moto G com 4G é de R$ 799 contra os R$ 649 da edição original. Todos desbloqueados.

O Moto E é o primeiro aparelho da Motorola a ser anunciado pela empresa depois de ser comprada pela Lenovo, tradicional fabricante chinesa de computadores que, há algum tempo, já havia adquirido a linha de PCs da IBM. Ele tem configurações um pouco mais modestas do que o Moto G, mas a proposta da fabricante com tais modelos é atender ao público que acha caro comprar um smartphone ao analisar que usa o equipamento só de forma simples e casual.

“O que temos tentado fazer com modelos assim é buscar conquistar novos consumidores nesse mercado de celulares inteligentes, levando esse grande contingente de pessoas a ter acesso à internet móvel, a usar aplicativos interessantes, enfim, a descobrir todo esse mundo de comunicação e interação, mas aos quais os preços inibem o acesso”, disse o presidente Rick Osterloh durante a apresentação dos modelos, que a partir de amanhã estarão disponíveis nas lojas e operadoras de telefonia móvel do Brasil.

Recursos

A tela do Moto E, de 4,3 polegadas, oferece alta densidade de pixels (256ppi), o que confere a ela uma resolução de 960 x 540 pixels – que pode ser considerado ótimo para aparelhos nessa faixa de preço. A câmera é apenas de 5MP, capaz de tirar fotos panorâmicas e gravar vídeos.

Os modelos são equipados com o sistema operacional Android 4.4 (KitKat), que roda sem problemas com um processador Snapdragon 200, da Qualcomm. Tem 1GB de memória e 4GB de armazenamento, que pode ser expandido por cartões microSD de até 32GB. A bateria é de 1.980mAh, que é maior do que a do iPhone 5S (que é de 1.560mAh) e que, de acordo com a empresa, dura um dia inteiro de intenso uso.

O novo smartphone da Motorola apresenta ainda algumas melhorias internas interessantes. Uma delas é o seu Dual SIM que é capaz de fazer chamadas inteligentes. Por exemplo, ele reconhece automaticamente a operadora usada pelos contatos do usuário e indica a ele qual é o melhor chip para realizar a ligação. Outro detalhe importante é o modo emergência do aparelho, que é especialmente útil para alertar parentes ou amigos em situações de risco. Levando-se em consideração os dias violentos que vivemos no Brasil, com sequestros relâmpagos (ou nem tão relâmpagos assim), um recurso desses vem bem a calhar.

  Modelo com TV digital vem acompanhado de duas cases adicionais, mas câmera é de apenas 5 megapixels - Foto: Silas Scalione/EM/D.A PRESS

Análise da notícia

Moto E x Moto G

Com os novos modelos lançados, a Motorola mostra que é perfeitamente possível oferecer aos usuários equipamentos dignos, com Android, e cobrar relativamente pouco em relação aos seus concorrentes. O Estado de Minas testou o Moto E para comprovar que, realmente, trata-se de um bom equipamento, com hardware bastante razoável e que custa menos de R$ 600. Já tínhamos testado o Moto G e, para você, que pode estar em dúvida sobre qual modelo escolher em uma possível ideia de compra, podemos dizer que o aparelho lançado no ano passado ainda se mantém como uma melhor opção, particularmente por apresentar processador e tela superiores. Além disso, sua versão mais barata é apenas R$ 50 mais cara do que o melhor Moto E (com TV digital) e tem ainda o dobro de armazenamento (8GB no Moto G contra 4GB no Moto E). Sendo assim, a não ser que você esteja somente à procura de um smartphone da categoria intermediária para assistir à TV, a melhor escolha é o Moto G, especialmente a versão mais nova, com 4G. No comparativo dos testes, ele ganhou do irmão mais novo, embora não com vantagens tão amplas.

(SS)


- Foto: Inteligente, robusto e com TV

Quando se fala em um celular barato, logo vem à cabeça um aparelho frágil. Mas o Moto E muda toda essa ideia. O lançamento da Motorola é um produto que transmite sensação de firmeza e resistência. Ainda que não seja completamente à prova d’água, é resistente a respingos. Seu design é bastante atraente, lembrando os modelos anteriores Moto G e Moto X, diferenciando-se sobretudo por conta das duas barrinhas em sua parte frontal (speaker e microfone), além do peso. O Moto E é um pouco mais pesado que seus irmãos mais velhos. Dos celulares mais baratos, o display do aparelho é destaque, pois é maior do que a média dos demais gadgets de seu nível. O processador cumpre bem a função para tarefas rotineiras (navegação na web, acesso ao Whatsapp e às redes sociais, e leitura de e-mails). A interface também chama atenção. Ele vem equipado com Android 4.4 e com garantia da empresa que receberá a próxima atualização do sistema operacional da Google.

Todo mundo gosta de personalizar seu celular, e a Motorola pensou nisso ao projetar o Moto E.

O aparelho é compatível com uma infinidade de capinhas coloridas que estarão à venda junto com o ele – sendo que o modelo com TV digital já vem acompanhado por duas cases adicionais como brinde.

No teste, deparamos somente com dois pontos fracos do aparelho: a câmera e a bateria. Os adeptos do selfie vão ficar meio decepcionados com o modelo, que não oferece câmera frontal. O autofoco não é muito apurado e não consegue registrar imagens nítidas em curta distância. Vale observar que pelo menos o celular vem equipado com o mesmo app de câmera original do Moto G, pelo qual basta tocar em qualquer parte da tela para tirar uma foto. O maior problema observado foi a bateria, que não apresentou duração longa, indo contra o que a empresa destacou tanto em sua apresentação. Em um dia de uso médio dos seus serviços, a bateria durou menos de 24 horas.

Deixando isso de lado, as primeiras impressões sobre o Moto E foram positivas, com mais ênfase na construção do aparelho: trata-se de um gadget bem barato, mas com um corpo resistente e muito confortável de se segurar. O receptor de TV digital é outra característica que chama a atenção no modelo. As imagens são nítidas, e quase não há travamentos.

(Com Júlia Boynard)

 

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