Um medicamento que combate os efeitos colaterais do tratamento do mal de Parkinson poderá ser colocado à venda no Brasil a partir de 2016.
O medicamento em teste reduz os tremores, que ocorrem principalmente nas mãos, em pacientes com a doença. A droga auxilia o organismo a evitar a perda de neurônios que produzem uma substância responsável pela comunicação entre as células nervosas. Os efeitos do tratamento, segundo a professora, geralmente aparecem entre quatro e 10 anos de uso da droga que combate a doença. A expectativa da professora, doutora em farmacologia, é que os testes em seres humanos comecem entre seis meses e um ano.
Os movimentos involuntários anormais e repetitivos do corpo, presentes no Parkinson, são chamados de discinesias.
"Como o tratamento é longo, com o passar do tempo o paciente desenvolve um efeito colateral ao medicamento e começam a surgir os primeiros sintomas de discinesias", explica a pesquisadora. O início dos estudos para a identificação do medicamento começaram há uma década. Ainda não há indícios das causas do mal de Parkinson. É uma doença do cérebro que provoca dificuldades de locomoção, movimentação de membros e coordenação. De forma geral, aparece depois dos 50 anos tanto em homens como em mulheres. Quando ocorre em jovens, é por motivo hereditário. A doença pode ser diagnosticada com base nos sintomas e no exame físico. No entanto, pode haver dificuldade na detecção da doença, principalmente em pessoas mais velhas. Os sinais (mudanças no tônus muscular e postura instável, por exemplo) se tornam mais evidentes à medida em que a doença avança. Com os exames podem ser apurados dificuldade para começar e terminar movimentos voluntários, como pegar uma caneta, atrofia muscular e variação de batimentos cardíacos.
Os sintomas da doença, que em sua fase inicial também provoca tremores, ficam mais intensos quando o paciente está nervoso.
Os movimentos mais atrasados de quem tem o mal, no entanto, avançam mais rapidamente do que o efeito natural do passar dos anos. Além de medicamentos, podem ajudar no tratamento do mal de Parkinson sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição e a participação do paciente em cursos de oficinas de arte e coral, conforme a ABP, fundada em 1985.
Cobaias
A professora Elaine Del-Bel reclamou do comportamento de representantes de organizações não governamentais (ONGs) de defesa dos animais que no ano passado arrombaram um laboratório em Sorocaba, também no interior paulista, para libertar cachorros utilizados em experimentos com medicamentos. Segundo ela, somente com a utilização de animais é possível dar continuidade a pesquisas de desenvolvimento de medicamentos. “É o único meio que nos aproxima do conhecimento da causa de doenças, como o mal de Parkinson. E, conhecendo a causa, há esperança de conhecer a cura”, argumenta a pesquisadora.
A doença leva o nome do médico inglês James Parkinson, que nasceu em Londres em 11 de abril de 1755. Aos 62 anos, publicou o Essay on Shaking Palsy, em que descreveu os sintomas da enfermidade. A pesquisa envolveu seis pacientes, todos do sexo masculino, com idades entre 50 e 72 anos. Parkinson relatou tremores involuntários, projeção do tronco e modificação do ritmo de caminhada.