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Estado de Minas

Lego Marvel Superheroes tem jogabilidade fraca e erros técnicos

Bom humor é ponto positivo do game


postado em 20/02/2014 10:50 / atualizado em 20/02/2014 10:51


Não é de hoje que empresas de meios diferentes tentam adaptar os quadrinhos a outras mídias. No cinema ou nas séries de tevê, é uma tarefa difícil agradar a fãs e pessoas que desconhecem a história dos heróis – ainda mais em outros meios de conteúdo, que precisam moldar as páginas a ângulos de câmera, à trilha sonora e a atores adequados ao papel. Nos videogames, não é diferente ao adaptar um ídolo de várias infâncias com superpoderes, de forma a que o jogador se sinta parte daquele universo. Transcrever em jogabilidade a habilidade excepcional com que Batman derrota os inimigos ou executar uma narrativa dramática que represente bem o relacionamento de Peter Parker com o tio Ben são objetivos buscados por qualquer desenvolvedor. Em alguns games, é notável a tentativa da equipe desenvolvedora em apresentar algo diferente. Infelizmente, isso não acontece em Lego Marvel superheroes.

O mais novo título da franquia digital dos blocos montáveis parece, com trocadilho, se encaixar em uma nova mania que toma conta de grandes empresas atualmente: a falsa obrigação de que é preciso lançar um game a cada ano. Talvez pela preocupação de como a companhia publicadora fechará o período fiscal ou se os fãs ficarão órfãos daquela marca. Com isso, equipes desenvolvedoras acabam se apressando para entregar o game no prazo e, na maior parte das vezes, apresentam um trabalho com uma ideia que poderia ter sido mais bem aproveitada. No caso de Lego, após excelentes adaptações, como o universo de Star wars e Senhor dos anéis, o riquíssimo mundo de Marvel aparenta ter sido subaproveitado.

A história é simples e não se esforça muito ao instigar o jogador a progredir dentro do universo – parte desse estímulo se dá no desbloqueio dos mais de 130 personagens. Nela, o vilão Loki planeja uma vingança e, com outros inimigos, como Dr. Octopus, Magneto e Venom, acaba destruindo Nova York. Cabe a Homem de ferro, Gavião Arqueiro, Capitão América e vários outros heróis da Marvel salvar a cidade. Essa motivação não seria problema se o design de níveis de Superheroes não fosse simples, sem muitos desafios e com fórmulas que se repetem até as últimas fases.

(foto: FOTOS: WARNER BROS INTERACTIVE/DIVULGAÇÃO)
(foto: FOTOS: WARNER BROS INTERACTIVE/DIVULGAÇÃO)


Fora isso, a construção visual é bem executada. Diferentemente da mistura que acontece em Lego Lord of the rings, na qual grande parte do cenário – em especial o fundo – é realista, com boas texturas de fundo, em Marvel supeheroes a maior parte é feita de construções de Lego.

É justamente observando os títulos anteriores da Traveler’s Tales Games que fica óbvio o contraste entre as obras. Em Lord of the rings, por exemplo, cada personagem exercia uma função única: Legolas atacava a longa distância, e Aragorn e Gimli combatiam grandes quantidades de orcs. Já em Superheroes, todos os 130 personagens são divididos em categorias. Um exemplo é o Homem-Aranha, o Venom e o Gavião arqueiro, que são personagens de ataque de longe. Os três têm movimentos muito semelhantes e acabam dando a impressão de que o que muda são apenas as roupas. Isso está ainda mais evidente em heróis “brutos”, como o Coisa e o Hulk, que apresentam a mesma animação de movimento e as mesmas funções dentro das fases. Infelizmente, essa divisão acaba se ampliando a todos os personagens, e dá ao player uma noção de que apenas 13 poderiam ser bem desenvolvidos.

A jogabilidade no game também deixa a desejar. A escolha de controles para voo, por exemplo, é muito mal elaborada. É comum se ver voando com o Homem de Ferro e se digladiar com os controles, não sendo possível executar movimentos precisos ao redor do mapa.

CARISMA
(foto: FOTOS: WARNER BROS INTERACTIVE/DIVULGAÇÃO)
(foto: FOTOS: WARNER BROS INTERACTIVE/DIVULGAÇÃO)


Em meio aos desapontamentos, Lego Marvel superheroes ainda consegue mostrar um ponto positivo. O conhecido bom humor da série dá carisma aos personagens e faz as cenas de transição serem aquela motivação para o jogador continuar com controles em mãos – que não é completa nem mesmo com a imensa, e ainda simplória, quantidade de personagens. Outros dois modos que servirão para se divertir com os amigos ou até mesmo as crianças da casa é o cooperativo, em que os jogadores podem alterar personagem livremente, e quebrar a cabeça para passar de alguns (poucos) níveis.

No modo mundo livre é onde o jogador mais se sente como o herói. É possível percorrer Nova York com os personagens favoritos e entrar em missões a qualquer hora. Com certeza, se o game tivesse investido mais nessa parte, melhoraria a experiência. Porém, como não é o caso, Marvel superheroes parece entrar na mesma categoria de Assassin’s Creed III e Call of Duty: Modern warfare 3: ambas as sequências que, assim como o lançamento da Warner, não se encaixam em nenhuma prateleira.


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