Muitas dessas áreas já são designadas como de valor universal pela Convenção de Patrimônio Mundial da Unesco. Entre elas, estão as Ilhas Galápagos, no Equador; o Parque Nacional Manú, no Peru; e os Gates Ocidentais, na Índia. Contudo, metade das regiões citadas não têm o mesmo reconhecimento, incluindo o Parque Nacional das Montanhas Udzungwa, na Tanzânia, e o Parque Nacional de Santa Marta, na Serra Nevada (Colômbia). “Esses locais excepcionais poderiam ser fortes candidatos ao status de patrimônio mundial da humanidade. Um reconhecimento desses poderia garantir proteção efetiva para a biodiversidade única nessas áreas, dados os padrões rigorosos aos quais patrimônios têm de ser submetidos”, disse Sozic Le Saout, principal autor do artigo.
Diferentemente de estudos anteriores que focaram a necessidade de aumentar o número de áreas de proteção, o artigo publicado na Science salienta a importância de incrementar o gerenciamento das localidades já existentes. “As Reservas Florestais de Páramo Urrao, na Colômbia, por exemplo, não existem de verdade”, argumenta Paul Salaman, especialista em biodiversidade colombiana e CEO da organização Rainforest Trust. “Elas foram legalmente criadas em 1975, mas isso nunca se traduziu na prática.”
“Áreas de proteção só podem desempenhar totalmente seu papel de conservação da biodiversidade se forem efetivamente manejadas”, argumenta Simon Stuart, presidente da Comissão de Sobrevivência de Espécies da IUCN. “E isso nem sempre ocorre, dado o orçamento limitado voltado à conservação. Dessa forma, os governantes deviam prestar atenção em particular à efetividade do gerenciamento das áreas altamente insubstituíveis.”