Jornal Estado de Minas

Badalado console Ouya tem poucos games bons; confira o teste

O badalado Ouya é o primeiro console de menor porte com Android a ser lançado no mercado

Jorge Macedo - especial para o EM

 

Na fase de primeiros passos dos microconsoles, o primeiro a caminhar foi o Ouya. Depois de uma campanha de enorme sucesso no Kickstarter em 2012, o aparelho provocou grande expectativa, mas teve uma recepção morna pela crítica. O Informátic@ teve a chance de testar um Ouya no escritório da Behold Studios e entendeu melhor como funciona o badalado videogame.

Um dos primeiros pontos a chamar a atenção é o visual: o acabamento em plástico e metal fosco que dá um aspecto elegante ao console. Mas certamente um dos pontos altos no aspecto design é o tamanho do aparelho: extremamente compacto, cabe na palma da mão de um adulto sem problemas. Assim, o Ouya se mostra uma opção extremamente prática, pois pode ser facilmente transportado e, para ser usado, basta conectar um cabo de energia e outro HDMI.

O controle é um caso à parte: com o mesmo acabamento do console, é extremamente semelhante ao joystick do Xbox 360, com quatro gatilhos superiores, quatro botões no lado direito, dois analógicos, quatro direcionais no lado esquerdo e um botão Home ao centro (curiosamente, não há pause ou select). Mas a equipe de design soube deixá-lo mais confortável nas mãos, em comparação com o modelo da Microsoft.

O único porém é o painel sensível ao toque no centro, que faz aparecer um cursor de computador na tela da televisão. A função do recurso não é evidente e não fica claro se ele é realmente necessário para qualquer um dos jogos disponíveis. Contudo, caso o jogador, por alguma razão, não se sinta à vontade com o controle que vem com o Ouya, há a possibilidade de fazer uma configuração simples para que o console reconheça os do PlayStation 3 e do Xbox 360, com a possibilidade de até quatro pessoas jogarem simultaneamente.

INTERIOR BEM RESOLVIDO
TowerFall, campeão de downloads, foi criado exclusivamente para o Ouya - Foto: OUYA /DIVULGAÇÃO
Não é apenas no visual que o Ouya tem simplicidade. A interface não é nada confusa e vai direto ao ponto. O menu inicial apresenta quatro oções: jogar, descobrir, criar e administrar. No primeiro, é onde se encontram os jogos baixados, disponíveis na loja. Essa é acessada no segundo item do menu, descobrir. Nela, existem diferentes categorias, como a dos mais populares, os que foram desenvolvidos exclusivamente para o Ouya – ou então playlists montadas por nomes conhecidos no mundo dos videgames, como Ben Kuchera, editor do site Penny Arcade Report, ou Matt Thorson, criador de TowerFall. E quem achava que, por funcionar com sistema Android, encontraria uma loja virtual do Google está enganado, pois o console possui a própria loja.

A terceira opção do menu, Criar, é a que representa um dos maiores valores do Ouya para os desenvolvedores: é ali que é gerenciado todo e qualquer game que um criador independente queira fazer para rodar no console. Quando o jogo estiver pronto, ele pode ser disponibilizado diretamente na loja do Ouya, na seção chamada Sandbox.

Ao analisar os títulos disponíveis na loja virtual do Ouya, pode-se perceber que não é o mesmo de estar na Google Play. Quem espera encontrar de primeira títulos como Angry birds, Fruit ninja e Plants vs Zombies vai se decepcionar. O que se percebe é uma seleção de games extremamente limitada quando comparada com a loja do Google.

A qualidade dos games disponíveis varia muito, e isso pode ser visto na lista dos títulos mais baixados. Em primeiro lugar está TowerFall, o mais bem-sucedido do Ouya até agora, criado com exclusividade para o console. Ele apresenta uma jogabilidade simples porém viciante, além de um belo trabalho de arte. Contudo, na mesma lista, está Ice Rage, um jogo extremamente simplório de hockey que não empolga.
Shadowgun, da Mad finger: gráficos mais elaborados no segundo título mais baixado Ice Rage: - Foto: OUYA /DIVULGAÇÃOO segundo mais baixado, Shadowgun, já é um terceiro caso completamente diferente, devido aos gráficos mais elaborados, que lembram o que é visto em certos títulos de Xbox 360. Pode não funcionar com a mesma fluidez gráfica do aparelho da Microsoft, mas demonstra que o Ouya dá conta de processar de maneira razoável gráficos mais pesados.

Assim, fica evidente que, apesar da grande empolgação gerada inicialmente, o Ouya não consegue empolgar tanto assim quem comprou o console com o objetivo de ter uma vasta opção de jogos bons. Por enquanto, quem realmente tem motivos para se empolgar com a novidade são os desenvolvedores independentes, que encontram no Ouya uma ótima ferramenta para divulgar os próprios trabalhos. Resta, portanto, observar de que forma ele reverterá a situação e então, de fato, deslanchar para o sucesso de grande público.


Ouya
Especificações

» CPU: NVIDIA Tegra 3
» RAM: 1GB
» Conectividade: Wi-fi, Bluetooth
» Resolução: FullHD (1080p)
» Armazenamento: 8GB, expansíveis via USB ou SD
» Dimensões (C x L x P em cm): 7,5 x 7,5 x 8,2
» Peso: 300g