Segundo Eduardo Levy, diretor-executivo do SindiTeleBrasil, o trabalho, que inclui um completo sistema de cabeamento por fibra ótica e uma sala de 200 metros quadrados para instalação dos equipamentos das operadoras, demandaria entre 100 e 120 dias. "Só que a Copa das Confederações começa exatamente daqui a 68 dias, em 15 de junho. Ou seja, se as obras começassem hoje, teríamos praticamente a metade do prazo estimado", explica.
Além da questão do Mineirão, em toda a cidade a instalação de antenas 4G pode atrasar o cronograma das operadoras. Em contrato assinado com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), elas têm até o dia 30 para cobrir com a tecnologia pelo menos metade da área das cidades-sedes da Copa das Confederações.
Como as novas redes permitem a transmissão de dados a velocidades muito maiores do que com a atual 3G, a implantação da tecnologia 4G garantiria a torcedores e jornalistas presentes ao Mineirão facilidade para fazer postagens (de fotos, vídeos e textos), tarefa hoje bastante prejudicada. E mesmo que o torcedor não tenha um equipamento 4G seria beneficiado, pois essa tecnologia suporta também a 3G. Se a nova rede não estiver em operação, os prejuízos técnico (ao usuário) e moral (ao estado) serão enormes.
Impasse
O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTeleBrasil), Eduardo Levy, revela que o alerta vermelho está aceso para algumas cidades-sedes da Copa das Confederações que pretendem contar com a tecnologia 4G em seus estádios. E que a situação mais complicada é em Belo Horizonte porque, além do problema comum envolvendo a instalação de antenasque requerem licenciamento especial das prefeituras, houve um desentendimento com o Minas Arena, administrador do Mineirão, sobre o preço de alocação do espaço de 200 metros quadrados para instalação da estrutura das operadoras. “Devido a isso, um grande atraso pode comprometer essa implantação em tempo hábil”, afirma o diretor. Ele ressalta, no entanto, que é possível tentar compensar o tempo perdido com turnos de trabalho nos fins de semana e durante a noite, mas mesmo assim não garante total conclusão do trabalho.
O imbróglio envolvendo o SindiTeleBrasil e o Minas Arena já poderia ter sido solucionado há tempos, já que as negociações para a instalação da entrutura 4G das operadoras, que é representada na negociação pela Oi, começou no dia 18 de julho de 2012. A partir daí, viveu-se um impasse devido à discordância de valores que deveriam ser pagos pelo aluguel do espaço no estádio.
Por sua vez, o diretor-executivo do SindiTeleBrasil disse que o Minas Arena estava aceitando uma proposta que já havia sido retirada das negociações pela Oi no dia 21 de março. “Pela proposta, estaríamos pagando ao Minas Arena o dobro do que foi acordado com todos os outros estádios que receberão as copas das Confederações e do Mundo. E isso seria injusto e inadmissível”, reiterou. Procurada pelo Informátic@, o Minas Arena simplesmente informou que não tinha ciência dessa desistência, fato que foi contradito por Eduardo Levy, com cópias do cronograma de negociações entre as operadoras e administradora do Mineirão e do ofício enviado ao Minas Arena, retificando a proposta, e que foi recebida pelo coordenador de marketing João Márcio Coelho, responsável pelas negociações.
Nessa contenda entre SindiTeleBrasil e Minas Arena, ao final venceram as operadoras, que pelo acordo firmado vão pagar, cada uma, R$ 2,5 mil por mês pelo aluguel do espaço, contra os R$ 10 mil iniciais pretendidos pelo Mineirão ou os R$ 5 mil da proposta aceita anteriormente, porém retirada. Perdem, entretando, os usuários, que não têm certeza absoluta de que terão internet 4G no dia 17 de junho, quando o primeiro jogo pela Copa das Confederações ocorrer no novo estádio.