Shirley Pacelli
No apartamento de apenas dois quartos, cerca de 600 livros disputam o espaço com o teólogo Denílson Rocha, de 45 anos, e sua esposa, Jaqueline Aparecida Pinto. No melhor estilo “ou eu ou os livros”, Jaqueline cobrou uma atitude de Rocha, que, por sua vez, achou uma solução definitiva: comprou um Kindle, leitor digital da Amazon, disponibilizado no mercado brasileiro só em dezembro. A coleção do teólogo, apaixonado por leitura, na verdade é bem maior – cerca de 1,5 mil títulos, estando o restante espalhado na casa da mãe e na da sogra.
Ele conta que escolheu um leitor eletrônico em vez de um tablet primeiramente pela diferença exorbitante de preço. Enquanto seu Kindle custou cerca de R$ 284, há pranchetas digitais que chegam à casa dos R$ 2 mil. Fora que o brilho da tela dos tablets deixa a vista cansada.
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Agora vai: chegada da Amazon põe lenha na fogueira da leitura digital no BrasilAutores lançam livros digitais, mas eles próprios confessam preferir conteúdo impressoHORA DA PROVA De carona no novo brinquedo do amigo Denílson, Erik de Britto e Silva, engenheiro e especialista em tecnologia, tratou de fazer o próprio teste. A primeira coisa que chamou a atenção de Erik no Kindle foi a quantidade mínima de papéis na embalagem. Manuais? Tudo no aparelho e na internet. “Depois de ligá-lo, é preciso registrar o proprietário com todos os dados normais e um cartão de crédito. O segundo passo é a configuração de uma rede wireless, ou transferimos arquivos para o Kindle conectado via USB”, conta. Ele ressalva que, apesar de o dispositivo não ser touchscreen, muitas pessoas que o viram pela primeira vez tocaram na tela.
O especialista diz que o uso do e-reader é extremamente fácil. Tarefas, como aumentar o tamanho da fonte, são bem simples. “O equipamento não é muito rápido, mas quem precisaria de muita rapidez para virar páginas e ler textos em preto e branco?”, provoca. Ele conta que ficou impressionado com a visualização da tela, com o recurso e-ink (tecnologia de tinta eletrônica que imita o papel), que permite a leitura de textos em qualquer ambiente iluminado, seja por uma lanterna apontada para a tela ou sob o sol do meio-dia. O tamanho da tela (seis polegadas), para ele, é suficiente para leitura e boa estratégia para guardar o equipamento em bolsos. “Mas, quanto a isso, o meu Galaxy Note, da Samsung, é superior. O Kindle é maior do que os bolsos normais de calças, camisas e vestidos”, brinca.
Ele explica que a compra de livros na Amazon é feita com apenas um clique. Em questão de minutos, a obra é transferida para o seu e-reader, que suporta diversos formatos. A bateria, para Erick, é um grande destaque: de durabilidade altíssima, uma carga dura um mês, se usar apenas meia hora por dia com o Wi-fi desligado.
VITRINE
Alguns pontos devem ser levados em consideração antes de escolher o seu leitor eletrônico. Capacidade de armazenamento de livros e peso são só alguns dos aspectos para ficar atento.Entre os tablets, há três novas opções que devem chegar ao Brasil este ano: Apple, Amazon e Google disputam os usuários com seus aparelhos de telas de sete polegadas. O Informátic@ preparou uma vitrine dos dispositivos mais cobiçados pelos novos leitores do universo digital. Confira:
E-READERS
Kindle
» Preço sugerido: R$ 299
» Conectividade: Wi-fi e USB
» Formatos: Kindle (AZW), TXT, PDF, Mobi sem proteção e PRC naturalmente; HTML, DOC, DOCX, JPEG, GIF, PNG e BMP através de conversão
» Armazenamento interno: 2GB
» Capacidade: 1,4 mil livros
» Peso: 170 g
https://bit.ly/RCXbUA
Kobotouch
» Preço sugerido: R$ 400
» Conectividade: Wi-fi e USB
» Formatos: Epub, PDF, Mobi, PDF, JPEG, GIF, PNG, BMP, TIFF, TXT, HTML, RTF, CBZ e CBR
» Armazenamento interno: 2GB
» Capacidade: 1 mil livros
» Peso: 185g
kobobooks.com/touch
Coo-ler
» Preço sugerido: R$ 599
» Conectividade: USB
» Formatos: Epub, PDF, FB2, RTF, TXT, HTLM, PRC, JPG e MP3
» Armazenamento interno: 2GB
» Capacidade: até 5 mil livros
» Peso: 185g
www.gatosabido.com.br
TABLETS
O que ainda deve aportar em terras brasileiras:
Kindle Fire
Primeiro tablet da Amazon. Tem tela de 7 polegadas e Wi-fi. A bateria dura até nove horas. Roda uma versão do sistema operacional móvel Android, modificada pela empresa. Não tem 3G, câmera ou entrada microSD. Ainda não é vendido no Brasil.
Preço sugerido: US$ 159
https://amzn.to/O19faD
iPad Mini
Lançado em 2012 para concorrer com os smartphones que vêm ganhando terreno no mercado de dispositivos móveis. Tela de LED de 7,9 polegadas, Wi-fi, duas câmeras e gravação de vídeo em HD. Tem 7,2 milímetros e 308 gramas. A bateria tem até dez horas de duração. Ainda não é vendido no Brasil.
Preço sugerido: US$ 329
apple.com/br/ipad-mini
Nexus 7
Primeio tablet desenvolvido pelo Google (em parceria com a Asus), lançado em julho. Tem tela de 7 polegadas e uma câmera que não filma em HD. Pesa 340g. Bateria com duração de até 10 horas. Ainda não é vendido no Brasil.
Preço sugerido: US$ 199
DILEMA DA COMPRA
Tablets e e-readers duelam pelos consumidores que querem adquirir um novo aparelho destinado à leitura de livros eletrônicos. De um lado, as pranchetas digitais oferecem um universo de serviços: além dos e-books, é possível navegar na internet, tirar fotos, fazer conferências e ver filmes. Do outro, os e-readers, com sua função única, se gabam de ser tão confortáveis para a leitura quanto o papel. Afinal, a tecnologia e-ink, conhecida como tinta eletrônica, permite que mesmo sob o sol você consiga ler tranquilamente. O “papel eletrônico” é formado por camadas transparentes e microesferas nas três cores básicas do sistema RGB ou em preto e branco para dispositivos monocromáticos. Resumidamente, a cada nova imagem virtual as esferas se rearranjam.