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Estado de Minas

Boas maneiras na rede

Pesquisa com internautas de vários países, inclusive o Brasil, aponta generalização da má educação digital. Livro ensina a ter etiqueta também no ambiente on-line


postado em 22/11/2012 11:35

Clique e veja os principais estereótipos dos usuários de tecnologia
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Sabe aquela história do sujo falando do mal lavado? Pois é, 95% dos adultos brasileiros gostariam que as pessoas tivessem mais educação ao acessar seus dispositivos móveis em público, embora eles mesmos tenham hábitos considerados inadequados. Esse é um dos dados curiosos apontados na pesquisa sobre etiqueta móvel e compartilhamento digital, feita pela Ipsos Observer, a pedido da Intel. O estudo foi realizado no Brasil, entre junho e agosto deste ano, com uma amostra nacionalmente representativa de adultos e adolescentes (entre 13 e 17 anos), com base na população on-line. França, Japão e Estados Unidos também foram pesquisados. Nos três países, o desejo por uma maior etiqueta móvel atinge mais de 90% da população. A “epidemia” de má educação digital desperta também a ira dos indonésios (98%), chineses (97%) e australianos (94%).


Cada país elegeu a pior gafe cibernética. Nos Estados Unidos, por exemplo, escrever mensagens no celular enquanto se está dirigindo ganhou o primeiro lugar entre os motivos de desagrado. Para os franceses, falar alto em público é o hábito considerado mais rude. Já no Japão e no Brasil, é melhor você evitar escutar música muito alto em público. Os brasileiros também apontaram entre os piores fatores de incômodo, o excesso de compartilhamento na web. Isso num país em que, segundo revelou a pesquisa, cerca de metade dos adultos e adolescentes compartilham informações on-line diariamente. As fotos são as campeãs de publicações de 78% dos adolescentes.

VOCÊ É O QUE COMPARTILHA Nem só de erros gramaticais e da busca insana por amigos virtuais são feitas as gafes virtuais. Algumas envolvem punição mais séria por postagens impulsivas que vão desde o envolvimento do nome da empresa em um perfil pessoal até a publicação de fotos de outros sem permissão. Quem atesta é Líigia Marques, antropóloga e consultora em etiqueta, marketing pessoal e mídias sociais. Ela lançou no fim do ano passado, com Hegel Aguiar, o livro Etiqueta 3.0 – Você "on-line" & "off-line", que reúne dicas para usar as mídias sociais de forma consciente. Ligia entende que gafes virtuais são caracterizadas por situações em que a imagem de quem posta fica seriamente prejudicada.

O livro trata das bases da construção de um perfil em uma rede social. A autora procurou estabelecer um paralelo entre a etiqueta no mundo real e virtual. A antropóloga mostra que o perfil não é brincadeira, mas sim de uma ferramenta que pode colaborar positivamente ou muito negativamente para a vida das pessoas na realidade. “Mostramos desde a importância de definir o objetivo central ao decidir participar dessa ou daquela rede social, como fazer a construção de uma página e perfil que consigam criar um engajamento fiel e crescente das outras pessoas”, descreve.

Por ser um heavy user (pessoas que usam com muita frequência) das redes sociais, o brasileiro tende a cometer ainda mais gafes que pessoas de outras nações, mas os problemas acontecem em todo o mundo. A autora explica que não há uma receita para evitar erros na rede, mas algumas dicas são úteis para que você não se precipite e poste algo inadequado que possa prejudicar alguém. “Nosso lema é: ‘Você é aquilo que compartilha’. Ou seja: que imagem você está passando ao mundo por meio do que posta? É isso mesmo que gostaria de passar?”, ressalta.

NADA DE EXAGERO Sobre a exposição da vida pessoal na rede, a consultora explica que não há uma regra definida. Vale o bom  senso para avaliar se não está sendo inconveniente. “Conteúdos do tipo ‘Adoro esmalte escuro’ (um dos exemplos verdadeiros do livro) mostram que a pessoa não tem nada melhor a dizer e deveria, portanto, evitar de postar naquele momento até ter algo relevante.”

E ser ativista de sofá, pode? “Ficar só na rede social e não fazer nada no mundo real pela causa é, no mínimo, estranho! Mas não vejo motivo para os ativistas serem crucificados. Quem não estiver interessado na causa defendida deve apenas parar de segui-los ou tirá-los do círculo de amigos”, afirma.

CHEFE É CHEFE Ser amigo do chefe na rede também é um grande dilema. Na opinião de Ligia Marques, a pessoa deve escolher suas amizades de acordo com o seu interesse e até mesmo conveniência momentânea. “Se o chefe pedir para ser adicionado não deveria haver motivos para não aceitar essa amizade, se o funcionário souber se portar na rede social. De qualquer forma, há como limitar um pouco o acesso às postagens por meio das configurações de privacidade”, esclarece.

Para a escritora, infelizmente a maioria dos perfis em redes sociais representam só o que o indivíduo gostaria de ser e não o que é . “Pregamos a transparência nas redes sociais, mesmo porque as mentiras logo serão descobertas. Mas este ainda é um longo caminho a ser trilhado”, afirma.


Etiqueta 3.0 – Você "on-line" & "off-line"
Reúne dicas para usar as mídias sociais de forma consciente. É composto por colagens de posts de várias redes sociais como forma de exemplificar os fatos comentados. Isso faz a leitura bastante leve e indicada para uma público de todas as idades, inclusive adolescentes.
etiqueta3ponto0.com.br
Editora Evora
. 184 páginas
. Valor: R$ 32,90


OS SEM NOÇÃO
Conversa no trono

Lugares e situações inapropriados em que os brasileiros compartilham informações incluem o banheiro (16%), cinemas (14%) e durante um encontro romântico (13%).

“Comi alface no almoço”
O excesso de compartilhamento foi um dos maus hábitos identificados – com pelo menos seis entre dez adultos e adolescentes dizendo acreditar que algumas pessoas divulgam informações além do necessário nas redes sociais. Entretanto, 40% dos entrevistados admitiu compartilhar informações pessoais diversas vezes ao longo do dia.

Com a boca no trombone
Usar dispositivos com o volume muito alto foi considerado altamente irritante por 62% dos entrevistados; 59% acharam o fim da picada falar ao telefone aos berros. Outros hábitos desagradáveis são os de falar ou digitar ao dirigir (53% e 49%, respectivamente) e assistir a conteúdo impróprio, como pornografia, em ambientes públicos (49%).

Morreu tão moço...
Usar dispositivos móveis para compartilhar informações é mais comum durante as férias (54%), eventos esportivos (24%), nas refeições (22%) e hospitais (20%), mas também, pasmem, acontece nos funerais (3%).

Barulho ambiente
O brasileiro é  o campeão mundial de usuários que não se importam de escutar música em público sem fone de ouvido e com o volume nas alturas. Dos adultos com mais de 55 anos entrevistados, 77% consideram a prática extremamente incômoda.

Mentirosos à solta
Dos adultos entrevistados,  33% admitiram ter uma personalidade on-line diferente da vida real; 23% confessaram ter compartilhado informações pessoais falsas pela rede. Os homens são um pouco mais mentirosos do que as mulheres: 26% contra 21%.


ANTES DE PUBLICAR, PENSE:
 O que estou postando pode prejudicar alguém?

Gostaria que postassem isso a meu respeito?

Qualquer pessoa poderia entrar na minha página agora sem que isso me causasse algum problema?

Estou nervoso, irritado na hora de postar?

Fonte: Ligia Marques


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