Jornal Estado de Minas

Tony Hawk's pro skater HD tem poucas mudanças e algumas ausências

Remake em alta definição remonta a clássicos da série de skate mais famosa dos anos 1990. No entanto, jogo peca pelo conteúdo escasso e por ter controles mais pesados

Bruno Silva

- Foto: DivulgaçãoEm 1999, o skatista profissional Tony Hawk foi responsável por duas revoluções: uma em seu esporte, ao realizar um giro inédito de 900 graus (duas voltas e meia) nos X-Games, e outra nos games, quando o primeiro título da série que leva seu nome estreou nos consoles da época e reinventou o gênero dos jogos de skate, com jogabilidade perfeita. A franquia não resistiu à passagem do tempo, parte pela falta de inovação (ou invenções malsucedidas, como um jogo que tinha como acessório uma prancha de skate), parte pela enxurrada de sequências em um curto espaço de tempo.

Restou à Activision relembrar os tempos em que as versões poligonais de Hawk e companhia dominavam o gênero no fim dos anos 1990. Disponível no Xbox Live e com versões para PlayStation 3 e PC previstas até o fim do ano, Tony Hawk’s pro skater HD une as fases, sistemas de jogo e músicas dos dois primeiros títulos da série em um só pacote, repaginado em alta definição. Do primeiro game, vêm níveis clássicos como o hangar; do segundo, a técnica do manual , a principal mudança na jogabilidade da série. E só.

A desenvolvedora Robomodo se preocupou em traduzir as sensações clássicas do game para a atual geração, mas não mudou praticamente nada nos mapas – claro, adicionando modos on-line. Se você gostava da versão clássica, será impossível não observar esta em alta definição sem ter alguns acessos nostálgicos. Ainda que algumas escolhas sejam questionáveis (como o mapa da praia de Veneza e a ausência do carioca Bob Burnquist, presente no elenco do primeiro jogo), os níveis mais famosos e as canções mais marcantes estão lá e, assim como há mais de 10 anos, serão o suficiente para fazer você buscar um milhão de pontos ou colecionar as letras da palavra S-K-A-T-E em sua sessão de dois minutos.

Entretanto, pouco tempo de jogatina já é suficiente para revelar que a edição em alta definição não é exatamente igual à versão clássica. O número pequeno de mapas (apenas sete) e a escassez de modos de jogo, além da estranha ausência de multiplayer local, são algumas das ausências mais sentidas, mas a principal é a falta de fluidez e de precisão, características que fizeram o game original tão popular.

Em Tony Hawk HD, a sensação é de que os skatistas estão mais lentos e caem de formas mais inexplicáveis do que há 13 anos. A promessa de novidades – a Activision garantiu alguns mapas e as mecânicas do terceiro título da série como conteúdo adicional pago – certamente será bem-vinda, mas a sensação geral é de que o jogo poderia ter mais conteúdo. O número reduzido de fases e a jogabilidade esquisita já escancaram que Tony Hawk HD não é o melhor dos remakes, mas isso pouco importa enquanto continuamos nos divertindo no mapa da escola, ouvindo a clássica Superman, da banda Goldfinger. Resta saber por quanto tempo a sensação de nostalgia é capaz de compensar as falhas.
Muito Rock

 

Além de reinventar os games de skate, os primeiros jogos da série Tony Hawk ficaram conhecidos por sua trilha sonora,
tão importante para a diversão quanto as manobras e cenários. A reedição em HD tem 14 músicas, sendo
que metade delas figuraram nos títulos clássicos
da franquia. Veja a lista:

Bring the noise – Anthrax e Chuck D
Superman – Goldfinger
When worlds collide – Powerman 5000
Heavy metal winner – Consumed
May 16 – Lagwagon
No cigar – Millencolin
You – Bad Religion
The bomb – Pigeon John
We the people – Lateef the Truthspeaker
Marathon mansion! – Pegasuses-XL
Teenage blood – Apex Manor
Please ask for help – Telekinesis
Flyentology (cassettes won’t listen remix) – El P e Trent Reznor
USA – Middle Class Rut

Especificações
Produção: Activision
Desenvolvimento: Robomodo
Plataforma: Xbox 360
Número de jogadores: 1 (single-player) até 4 (multiplayer on-line)
Preço: 1.200 Microsoft Points (cerca de R$ 30)