Palavra de especialista - Wagner de Oliveira, pediatra
Falta diálogo entre pais e filhos
“Quando trabalhava no ambulatório do Hospital Militar de Belo Horizonte, as professores e psicólogos rotulavam muitas crianças com TDAH excessivamente. Às vezes, só porque o menino apresentava um quadro de agitação, os educadores já tinham um diagnóstico pré-estabelecido. Os pequenos chegavam para ser atendidos já diagnosticados. E os pais queriam a solução. Quase sempre há uma falta de diálogo com as crianças. Às vezes, os pais nem levam seus filhos aos pediatras, quem faz isso são as babás. Aí fica difícil nessa consulta fazer o diagnóstico de hiperatividade. Não acho que o TDAH seja uma doença comum, estão supervalorizando o problema.”
>> OS EFEITOS DO ERRO
> Os medicamentos não vão aumentar a capacidade de armazenamento de informações – eles atuam com um prazo de duração no cérebro.
> O uso sem necessidade pode causar efeitos colaterais como taquicardia, dores no peito, depressão e até perda de libido.
> Há risco de dependência psíquica e química, já que depois de algum tempo de uso, o indivíduo precisará de doses maiores para obter o efeito desejado.
> Os estimulantes são para pacientes cujos quadros clínicos apontam a carência de dopamina e noradrenalina (responsáveis pela sensação de bem-estar) no cérebro. Quem não sofre da falta desses neurotransmissores, o uso do remédio pode levar ao seu excesso. O cérebro criará estratégias de defesa para regular essa quantidade, o que pode resultar em dependência.