Mas a razão pela qual de 5% a 10% dos insulares são loiros seria puramente genética: um gene denominado TYRP1, que os nativos das Ilhas Salomão possuem, mas os europeus não, revelou um estudo publicado na revista científica Science.
"Sendo assim, a característica humana do cabelo loiro surgiu de forma independente na Oceania Equatorial. Isto é inesperado e fascinante", afirmou o principal autor do estudo, Eimear Kenny, aluno de pós-doutorado da Universidade de Stanford, na Califórnia.
Os cientistas ganharam a confiança de um líder local e coletaram dados de 1.000 pessoas, inclusive sobre cor dos cabelos e dos olhos, pressão sanguínea, altura e peso, bem como amostras de saliva para exames de DNA.
As análises laboratoriais em amostras de 43 nativos de cabelos loiros e 42 de cabelos escuros começaram em setembro de 2010 e "no prazo de uma semana, tivemos nosso resultado inicial", afirmou Kenny.
"A seta apontou de forma tão contundente para um único gene, que seria possível pendurar o chapéu nela. Isto raramente acontece com a ciência", acrescentou.
A ideia de estudar a genética da população foi do co-autor do estudo, Sean Myles, um ex-aluno de pós-doutorado de Stanford, que agora é professor assistente da Nova Scotia Agricultural College, após uma viagem às ilhas em 2004.
"Eles têm a pele muito escura e o cabelo loiro. É intrigante", disse Myles.
Carlos Bustamante, outro co-autor da pesquisa, professor de genética em Stanford, disse ela aponta para a necessidade de se investigar mais os genomas de populações pouco estudadas.
"Uma vez que a maioria dos estudos sobre genética humana inclui apenas participantes de origem europeia, podemos ter uma visão muito tendenciosa de quais genes e mutações influenciam os traços que investigamos", explicou Bustamante.