LONDRES - Astrônomos americanos observaram em "tempo real" o momento em que um buraco negro supermaciço engolia uma estrela do qual se aproximou demais, um fenômeno excepcional que só ocorre uma vez a cada 10 mil anos, em média, em uma galáxia.
Acredita-se que a maioria das galáxias do universo abrigue um destes buracos negros supermaciços, com massa entre um milhão e um bilhão de vezes superior à do nosso sol. Alguns são detectados graças à intensa radição que emitem quando aspiram gás.
Mas se o entorno dos buracos for pobre em gás, as fagulhas ficam fracas e por isso fica difícil estudá-los, ao menos surpreendê-los em pleno almoço, como fizeram Chornock e Suvi Gezari, da universidade americana Johns Hopkins.
Em 31 de maio de 2010, por meio do telescópio Pan-STARRS 1, no Havaí, foi descoberta uma luz inesperada procedente de uma galáxia situada a 2,7 bilhões de anos-luz.
A luz foi se intensificando até alcançar seu ponto culminante em 12 de julho, antes de desaparecer gradativamente.
"Observamos a morte de uma estrela e sua digestão por parte do buraco negro em tempo real", explicou Edo Berger, que participou do estudo.
A luz emanada de um buraco negro supermaciço que estava até agora adormecido, com massa equivalente a três milhões de massas solares, equivale à do buraco negro situado no centro da nossa galáxia.
A estrela estava tão próxima que as "forças de maré" geradas pelo campo de gravidade do buraco negro a desmembraram. Os gases que a formavam foram aspirados pelo ogro cósmico, fazendo aumentar tanto a temperatura que produziram a luz detectada pelos astrônomos.
O "Sgr A*" (Sagittarius A estrela), buraco negro supermaciço da nossa galáxia, está prestes a engolir uma grande nuvem de gás, que se aproxima dele.
No verão de 2013, a nuvem se aproximará a 40 bilhões de quilômetros do "horizonte dos acontecimentos" do buraco negro, limite a partir do qual o que acontece é impossível de ser detectado.