Para testar a hipótese, os pesquisadores alteraram a composição de gangliosídeos presentes na superfície de vírus artificiais e lipossomas (pequenas estruturas esféricas formadas na membrana celular). Ao ligar essas partículas com as células dendríticas, eles notaram que o vírus só conseguia invadi-las, ultrapassando a barreira dos lipossomas, quando havia gangliósidos na superfície.
Os cientistas também constataram que, eliminando os gangliósidos das células dendríticas, o HIV não consegue atingir seu alvo predileto, os linfócitos TCD4. Isso ocorre porque as dendríticas agem como um cavalo de troia, apenas transportando o vírus da Aids e facilitando seu contato com os linfócitos, importantes estruturas de defesa acionadas quando o organismo detecta um corpo estranho e tenta expulsá-lo. Ao fechar as portas das células dendríticas ao HIV, os pesquisadores conseguiram fazer com que ele ficasse longe dos TCD4.
Células-tronco Essa é a segunda vez em duas semanas que cientistas anunciam avanços significativos na pesquisa contra a Aids. Outra importante descoberta, da Universidade da Califórnia, é que células-tronco podem eliminar o vírus do organismo, algo que até hoje não havia sido constatado. Em modelos animais, os pesquisadores desenvolveram células que, injetadas, conseguiram não só evitar a propagação do HIV, como varrê-lo completamente da corrente sanguínea. Isso aconteceu porque os pesquisadores estimularam a produção abundante de TCD4. Com os linfócitos fortalecidos, o organismo dos ratos infectados conseguiu fazer o que se espera em casos de ataques por vírus, fungos e bactérias: organizar um poderoso exército natural, que elimina de vez o HIV.