O fato é que a fronteira entre tablets e smartphones é tênue. Então, por que não juntar os dois? Foi o que demonstraram alguns fabricantes durante o Mobile World Congress. A sul-coreana LG apresentou seu Optimus Vu, um produto híbrido que parece um grande telefone tátil, mas bem que poderia ser um pequeno tablet. Com lançamentos como esses, aos poucos vai se firmando um novo segmento no mercado de dispositos móveis: os "tabletphones".
O Optimus Vu, que será lançado na Europa no final de 2012, tem espessura de 8,5 milímetros, o que corresponde a quatro vezes menos que um tablet clássico, segundo a LG, apresentando uma tela tátil de 5 polegadas, muito maior que a observada nos smartphones. "É um produto que está entre os dois", explica Daniel Hernandez, diretor de marketing da LG na Europa.
Entre escolher um tablet e um telefone, a taiwanesa Asus decidiu acoplar os dois, revelando no MWC o padfone. "As fronteiras entre smartphones, computadores portáteis e tablets estão prestes a desaparecer", disse à imprensa o presidente da Asus, Jonney Shih. O padfone, que será lançado em abril, se apresenta como um tablet clássico, mas com possibilidade de conectar um celular num compartimento especial atrás da tela. Os dois aparelhos, vendidos juntos, partilham a mesma memória e a mesma carta SIM, o que permite baixar numa mesma tela imagens e músicas do telefone.
Em outubro passado, a concorrente e também sul-coreana Samsung já tinha começado a explorar o filão dos híbridos: com dimensões quase iguais ao Optimus Vu, o Galaxy Note teve mais de um milhão de exemplares vendidos em dois meses. Já o modelo Streak, da Dell, não teve o mesmo sucesso, o que leva alguns analistas a mostrarem-se céticos quanto ao valor de mercado de híbridos.
"Não achamos realmente que esse formato será particularmente popular, porque não é nem um nem outro, é muito grande para ser um smartphone e muito pequeno para um verdadeiro tablet", estima Carolina Milanesi. Por outro lado, "há claramente uma ligação forte entre esses dois mercados", admite ela. "Na forma usada pelo consumidor e nos termos do sistema de exploração, é um único mercado; além disso, um estudo mostrou que mais de 30% das aplicações utilizadas nos celulares e nos tablets são as mesmas".
Aplicativos
Os organizadores da WMC anunciaram uma força-tarefa de 22 operadores para a criação de aplicativos móveis mais eficientes. Além disso, estabeleceram um conjunto de recomendações que permitirão melhorias na conectividade, no consumo de energia, na confiabilidade e na segurança da rede. Foi anunciado ainda o concurso Smarter Apps Challenge, uma competição de desenvolvedores de aplicativos. Juízes vão identificar as três mais eficientes aplicações móveis, e os vencedores serão anunciados no GSMA Mobile Asia Expo em Xangai.
Recorde de velocidade
Enquanto o Brasil ainda sonha com um 3G de qualidade, no MWC a Nokia Siemens quebrou o recorde de velocidade do LTE (4G) com 1,4Gbps em chamada móvel. As ligações envolveram transferências de arquivos grandes e streaming de vídeos em alta definição. O recorde serviu para mostrar para as operadoras móveis o potencial da tecnologia e para provar que é possível oferecer banda larga móvel com qualidade e rapidez para os consumidores.