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Estado de Minas

Seu computador está em risco

Exposição de dados na internet já começa a causar problemas para os usuários. Como o ambiente é relativamente novo, tudo é inesperado. Cuidado, portanto, ao fornecer informações


postado em 01/03/2012 11:10

Alguns sabiam coisas pessoais minhas. E falavam algumas, determinadas, para cada pessoa. Um deles chegou a comentar que o meu perfil havia sido roubado e que tinha feito aquele novo perfil, além de xingar alguns amigos - Rafaela Clark, 21 anos, estudante de psicologia
Alguns sabiam coisas pessoais minhas. E falavam algumas, determinadas, para cada pessoa. Um deles chegou a comentar que o meu perfil havia sido roubado e que tinha feito aquele novo perfil, além de xingar alguns amigos - Rafaela Clark, 21 anos, estudante de psicologia
A criação de perfis em redes sociais exige do proprietário da conta algum tipo de conhecimento sobre os perigos a que ele está sujeito. Fornecer determinados dados pessoais, por exemplo, é um dos erros comuns. Deve-se ou não informar o número do CPF? Em tese, não. Mas, aí, você não compra nada em lugar algum. Como agir? Bem, alguns cuidados podem ser tomados. Senão, acontece o que ocorreu com a estudante de psicologia Rafaela Clark, de 21 anos.

Ela jura que toma todos os cuidados que pode com as publicações numa página pessoal em uma popular rede de relacionamentos. Mas teve página invadida – e algumas coisas, como fotos, roubadas. Segundo a moça, foi maldade de pessoas que adicionaram amigos em um perfil falso, com o mesmo nome e diversas fotos. “Alguns sabiam coisas pessoais minhas. E falavam algumas, determinadas, para cada pessoa. Um deles chegou a comentar que o meu perfil havia sido roubado e que tinha feito aquele novo perfil, além de xingar alguns amigos”, lembra.

Rafaela logo recorreu ao serviço de denúncia do site, que ajuda a extinguir perfis de pessoas que criam contas indevidas. “Fiz várias denúncias na própria rede social. Em 15 dias, o perfil foi excluído”, conta. Hoje, ela tem receio de passar pela experiência novamente. Mas não deixou de ter perfis em redes sociais. Apenas evita postar fotos que possam, de alguma, expô-la. “O pior é que muitas pessoas passam por isso e nem se dão conta do que está ocorrendo”, alerta.

E isso é verdade mesmo: não se sabe exatamente quantas contas de páginas sociais são invadidas, mas, segundo relatório de transparência do Google, o Brasil liderou o ranking de pedidos de remoção de conteúdos feitos, normalmente, por governos dos países em que a empresa atua. Foram 12.363 requisições, das quais 76% foram efetivamente atendidas. No Orkut, comentários com difamações lideraram as reclamações, com 315 solicitações para retirá-los do ar. Os perfis fakes vieram em seguida, com 56 pedidos, 25 dos quais acatados.

No caso do Facebook, um estudo da empresa de segurança norte-americana Barracuda revelou que 97% dos 2.884 perfis fakes estudados eram identificados como de mulheres. Para a companhia, é preciso estar atento a alguns detalhes para identificar páginas falsas. O primeiro é a quantidade de amigos. Enquanto um perfil normal tem em média 130 pessoas como colegas, o falso tem 725. Além disso, há 100 vezes mais fotos marcadas com o nome de amigos do que o normal.

E o que fazer?
Segundo o advogado Luiz Guilherme Barreto, especialista em direito de novas tecnologias, a segurança dos dados expostos na web está ligada a uma questão de educação digital. “Atualmente, as pessoas têm mais acesso à internet, mas uma grande parte ainda desconhece o poder da rede e acaba se tornando alvo de pessoas mal-intencionadas. O maior grupo de risco, nesse contexto, são as pessoas idosas, que ainda estão aprendendo a utilizar essas ferramentas.”

Barreto ressalta: a principal dica para evitar as armadilhas virtuais é desconfiar sempre. “Muitos crackers (cibercriminosos) utilizam o nome de empresas conhecidas, ou de órgãos do governo, para roubar dados pessoais. No entanto, tenham certeza: bancos nunca mandam e-mail pedindo dados do usuário, muito menos pedindo a instalação de arquivos no computador”, explica.

Esse é o tipo de golpe mais vulgar. Caso alguém ainda se torne vítima desse tipo de golpe, deve procurar maneiras de solucionar o problema imediatamente, pois, de acordo com Barreto, o cliente que tem os dados usados sem sua permissão pode passar de vítima a culpado em um processo. “Muitas empresas argumentam que, se o cliente tinha formas de evitar um dano por extravios e não o fez, ele também se torna culpado”, ressalta. Por isso, é importante que a pessoa resolva logo a situação. Mas, ainda assim, a maior parte dos processos por compras feitas indevidamente pela internet, por exemplo, é ganha pelos clientes – a Justiça ainda aceita o critério de ingenuidade do cliente”, comenta.

No caso de informações usadas para criar perfis falsos em redes sociais, ou mesmo para difamar alguém, o usuário deve procurar diretamente a Justiça. Mas, como a maior parte das empresas responsáveis por redes socias tem sede em outros países, há mais dificuldade no contato e demora na solução do problema. “Quando a vítima desse tipo de crime entra com uma ação na Justiça, conseguimos retirar o conteúdo do ar de uma forma mais rápida e temos mais facilidade em punir quem cometeu o crime”, frisa Barreto.

Segure-se!
» Nunca clique em links de e-mail de remetentes desconhecidos que peçam para baixar algum arquivo;
» Jamais forneça por e-mail dados a bancos ou órgãos governamentais, ou mesmo empresas conhecidas. Elas nunca mandam mensagens pedindo isso;
» Mantenha o antivírus do computador atualizado;
» Rastreie o computador em busca de vírus com frequência;
» Entre em contato com a empresa se tiver dados utilizados ilegalmente. Ela pode bloquear qualquer ação futura, como barrar compras;
» Procure o Procon se o problema não for solucionado pelo banco ou pela empresa;
» Evite expor dados pessoais (endereço, telefone, número de contas-correntes etc.) na internet;
» Não utilize senhas de bancos ou outros em computadores públicos ou de locais desconhecidos;
» Confira o certificado de autenticidade do site antes de fornecer dados pessoais ou preencher formulários cadastrais;
» Recorra à Justiça se informações forem utilizadas para constrangê-lo ou difamá-lo na web.


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