Tudo pelo consumo
“Os equipamentos de hoje têm muita tecnologia e pouca durabilidade”, atesta o técnico em eletrônica Marco Aurélio Pinto de Faria, que conserta equipamentos há 16 anos. Exemplificando, ele informa que a vida útil de uma TV fabricada nas décadas de 1980 e 1990 era de 20 a 30 anos. “Hoje, em média, é de cinco.” Para Roberto Francisco de Souza, vice-presidente de Sustentabilidade da Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações de Minas Gerais (Sucesu-MG), atualmente os produtos podem ser fabricados com o tempo de validade que se quiser. “Na China, um desenvolvedor, ao encomendar algo ao fabricante, pode escolher o nível de qualidade que deseja. Assim, é possível fazer aparelhos similares que podem durar mais ou menos tempo, de acordo com a qualidade e durabilidade dos componentes escolhidos”, informa.
Essa prática teve início nos anos de 1920, quando um cartel definiu que as lâmpadas iriam ter duração máxima de 1.000 horas, de modo que as empresas pudessem controlar a produção e o consumo, como ocorre até hoje. O assunto já mereceu destaque até em documentário da cineasta espanhola Cosima Dannoritzer, tentando mostrar o lado sombrio de tais ações. E o Informátic@ mostra nesta edição como professores, técnicos e executivos enxergam o tema.