Pelo aparelho, também foi possível carregar milhares de canções em um só lugar. Outra modificação foi que pelo iPod as pessoas passaram a poder comprar faixas separadas, em vez de comprar um CD inteiro. Economia para uns e, no Brasil, trabalho para gravadoras de discos, que passaram a conviver com o crescimento de uma cultura diferente de venda de músicas. Mudou-se a forma de comprar música: com o lançamento da loja iTunes, as pessoas passaram a baixar e adquirir canções pela internet a partir de um dólar nos Estados Unidos.
Princípio do fim?
O ápice do iPod ocorreu em 2006, quando o aparelho era o responsável por 50% de toda a receita da Apple. Hoje, representa menos de 8%. O começo da queda se deu com o lançamento, em 2007, do iPhone, que acoplou muitas funcionalidades do iPod. O futuro do tocador, então, se tornou uma incógnita. Chegou-se até a dizer que a Apple abandonaria a produção do dispositivo. Apesar dessas especulações, Tim Cook, atual presidente da empresa, disse que mais de 45 milhões de tocadores foram comprados entre 2010 e 2011, e que muitos ainda estão adquirindo o equipamento pela primeira vez. Ou seja, o iPod continua representando um mercado importante e grande para a Apple. (Com Anderson Rocha)
Caminhada de um ícone
Em 2001, um mês e meio depois do tenebroso 11 de setembro, Steve Jobs lançava o tocador de músicas de fones de ouvido brancos e 5GB (capaz de armazenar até mil músicas) de capacidade. À época, o diferencial alardeado do iPod era a promessa de transferência de músicas com rapidez. O problema ficava por conta da compatibilidade: o dispositivo só funcionava em Mac. Chegou ao Brasil no fim daquele ano, com um custo (salgado) de R$ 1.690 dólares.
No ano seguinte, novidades espertas: a segunda geração inaugurava o botão sensível ao toque, além de mais capacidade (10GB e 20GB) e possibilidade de gerenciamento das músicas via Windows, com um programa chamado Musicmatch. Em 2003, o iPod passou finalmente a ser compatível com PCs, a partir do lançamento do iTunes. Surgiu também a iTunes Store, com álbuns musicais à venda a US$ 9,99 e músicas a US$ 0,99.
Em 2004, o iPod clássico chegou a 60GB de capacidade. Em tamanho menor surgiu o primeiro modelo Mini, em cinco cores. No ano seguinte, mais portabilidade em menor tamanho (e menor preço): o iPod Shuffle surgiu com capacidade de 512MB e 1GB e valor de 149 dólares, nos EUA. No modelo clássico, surgiu a possibilidade de reprodução de vídeos.
Menor ainda? Em 2006, o iPod Shuffle diminuiu mais e passou a vir com um prendedor. Na loja, o número de 1 bilhão de músicas vendidas foi alcançado. Começaram, então, as vendas de filmes pela iTunes Store. Em 2007, surgiu o iPhone, e junto, o iPod Touch, que funcionava com tela de toque e software idêntico ao do celular. No ano seguinte, iPod e iPhone se aproximaram mais, com a possibilidade de que os usuários do tocador tivessem acesso à App Store.
Em 2009, o modelo atual do iPod clássico foi lançado. O Nano ganhou câmera de vídeo, alto-falante e rádio FM. No ano passado, a sexta geração do Nano ficou com tela de toque e menor. E este ano, pequenas modificações foram feitas, como a redução nos valores. O iPod Touch teve o software melhorado e ganhou opção na cor branca.
Dificuldades e sucesso
O leitor de música digital mais famoso do mundo foi desenvolvido na primavera de 2001 e divulgado ao público oito meses depois. O lançamento ocorreu apenas cerca de um mês e meio após os ataques terroristas de 11 de setembro, nos Estados Unidos. Já à venda, o iPod foi considerado por acadêmicos americanos como o ícone cultural do século 21. Mesmo assim, passou por dificuldades, como o preço (que era considerado alto – US$ 400 para um aparelho de 5GB) e a compatibilidade reduzida (somente para computadores Mac, em uma época em que quase todos os computadores eram de sistemas Microsoft).