(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas

Pontos de vista contrários da TIM e da Anatel põem lenha na fogueira na discussão do 4G


postado em 22/09/2011 11:26 / atualizado em 22/09/2011 14:25

A demanda na Copa vai ser alta, é preciso ampliar o espectro, para atender a todos. E temos calendário para isso - João Rezende, conselheiro da Anatel(foto: Arnaldo Alves/MCPress)
A demanda na Copa vai ser alta, é preciso ampliar o espectro, para atender a todos. E temos calendário para isso - João Rezende, conselheiro da Anatel (foto: Arnaldo Alves/MCPress)


São Paulo – A telefonia de quarta geração deve ser adotada, com leilão de frequências de 2,5 GHz em abril do ano que vem, para criação das redes de LTE (long term evolution), uma das maneiras de disponibilizar o 4G. O conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) João Rezende rebateu o climão das teles na Futurecom. Se o presidente da TIM, Luca Luciani, rasgou o verbo, as outras operadoras ficaram, a princípio, em cima do muro, avisando, discretas, que investiriam no 3G. “Se elas (as operadoras) não quiserem entrar no leilão, não entram. Mas esperamos que entrem. O leilão vai ocorrer. Já na Copa das Confederações, em 2013, queremos que as empresas façam apresentação especial do LTE”, disse Rezende. O leilão deve vender a quatro empresas o direito de operar na faixa.

“A demanda na Copa vai ser alta, é preciso ampliar o espectro, para atender a todos. E temos calendário para isso”, defende o presidente da Anatel. A TIM desdenha dos planos. “Se a cada três anos tiver uma tecnologia nova, fica complexo. E o custo sobe para o consumidor, que precisa de novos aparelhos”, diz Luca Luciani, indicando que a empresa prepara pontos de acesso à internet sem fio, e estrutura sua estratégia para as cidades sedes da Copa a partir dessa cobertura em Wi-fi. “Quantos aparelhos no mundo hoje têm LTE? Quase nenhum. E quantos têm Wi-fi? Quase todos. Os turistas que vierem para a Copa vão querer uma rede para a qual tenham aparelho”, alfineta Luciani. Os pontos de acesso Wi-fi são também uteis à inclusão digital de comunidades carentes, segundo ele.

Aberta somente a profissionais de TI e telecom, feira não apresentou muitas novidades em equipamentos, mas serviu de palco para acalorados debates sobre a área(foto: Andrew Kelly/Reuters)
Aberta somente a profissionais de TI e telecom, feira não apresentou muitas novidades em equipamentos, mas serviu de palco para acalorados debates sobre a área (foto: Andrew Kelly/Reuters)
Na contramão

A operadora italiana também deu de ombros para a sanção do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 116, que modificou a antiga Lei do Cabo, e não pretende entrar no negócio de TV por assinatura, na contramão do mercado. “Nosso negócio é mais básico, com foco na voz e nos dados móveis”, diz Luciani, que mencionou as dificuldades em infraestrutura como um dos principais desafios do setor, comparando o horizonte brasuca com sua terra natal: “Este é um país que tem o mesmo número de antenas da Itália, mesmo sendo do tamanho da Europa”.

O presidente da TIM disse também que a frequência de 2,5 GHz demandaria que a atual estrutura de antenas fosse cinco vezes maior, em comparação com a implantação da frequência de 700 MHz. Nesse ponto, o assunto é ainda mais espinhoso. O conselheiro da Anatel disse que as operadoras pressionam para que a discussão em torno dessa frequência seja antecipada. “Mas não vamos fazer isso, porque a frequência de 700 MHz é usada pela TV aberta, que tem, no Brasil, papel muito diferente em relação ao resto do mundo. A discussão é política e envolve o setor de radiodifusão.” A conversa fica para depois, mas também será inevitável, segundo Rezende. “Assim que resolvermos a questão dos 2,5 GHz, partiremos para essa discussão. Mas será cada coisa a seu tempo."

Muito a favor
A Claro apressou-se para posicionar-se a favor da telefonia de quarta geração. Em nota aos jornalistas, informou que é "contra a possibilidade de mudar o leilão previsto pela Anatel para permitir a chegada da tecnologia 4G ao país. A operadora se organizou dentro do planejamento previsto pela agência reguladora". A Claro não detalhou, contudo, que parte dos R$ 10 bilhões em investimentos previstos no Brasil até 2012 deve ser encaminhada para a telefonia de quarta geração. Mas a empresa diz ter "a certeza de que um eventual adiamento traria prejuízos no momento em que nos preparamos para as exigências de eventos da magnitude de uma Copa do Mundo e de uma Olímpiada" e que "não existe antagonismo entre a democratização da banda larga e a chegada do 4G. A questão toda é de investimento", completou a nota.

Como funciona a tecnologia
Basicamente, o 4G (ou quarta geração de comunicação sem fio) coloca as comunicações móveis completamente no reino do VoIP (voz sobre protocolo de internet). Embora a tecnologia 4G vá, eventualmente, ser implementada em vários gadgets móveis, como laptops e dispositivos para jogos, ela terá impacto mesmo nos telefones celulares.

Esses aparelhos vão passar a usar o mesmo sistema básico de VoIP, que programas como o Skype usam. Algumas operadoras de longa distância e empresas também já aderiram. A transferência das informações se dá via conexão sem fio à internet, tudo a partir do mesmo protocolo. Com isso, os técnicos garantem que as trocas de pacotes de dados vão ser mais rápidas e mais baratas.

Para fazer diferença, o 4G precisa tornar-se padrão. A pedra no sapato são os investimentos pesados que as operadorastêm que fazer nesse sentido. E também os usuários, que vão passar por aquela fase de trocar de aparelhos. E nisso o pessoal já está escolado: durante um ou dois anos, os preços vão ser salgados, o que dificulta a previsão de ter uma plena tecnologia de quarta geração na Copa do Mundo. O provável, segundo especialistas, é que,s enquanto a bola role por aqui, o 4G seja ainda coisa para poucos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)