Entre os primatas, animais com tamanhos corporais mais robustos desenvolvem molares maiores e levam mais tempo comendo. Grandes símios com tamanho similar ao dos humanos gastam cerca de 48% do dia consumindo calorias. "O 'Homo erectus' e o 'Homo neanderthalensis' gastavam 6,1% e 7%, respectivamente de seu dia ativo comendo", destacou o estudo de Harvard, segundo o qual os humanos modernos gastam 4,7% de seu dia com alimentação.
"O tempo de alimentação humana e o tamanho do molar são realmente excepcionais em comparação com outros primatas e sua singularidade começou por volta do início do Pleistoceno", acrescentou o estudo, em alusão à era iniciada cerca de 2,5 milhões de anos atrás e que terminou há 11.700 anos.
A prática de cozinhar pode ter começado, na verdade, com outras espécies que também habitaram a África e antecederam o 'Homo erectus', incluindo o 'Homo habilis' e o 'Homo rudolfensis', acrescentou a pesquisa. Em todo caso, as ferramentas e os comportamentos necessários para sustentar uma cultura culinária "relacionada com a alimentação e agora necessária para a sobrevivência de longo prazo dos humanos modernos evoluiu na época do 'Homo erectus' e antes de nossa linhagem deixar a África", concluíram os cientistas.