Jornal Estado de Minas

IBM anuncia chip capaz de aprender com as experiências humanas

AFP

''Um computador pode ser feito para pensar como um humano? Os princípios da computação cognitiva dizem que sim'', afirma a IBM em seu site sobre o projeto - Foto: Reprodução IBM 

NOVA YORK -A IBM anunciou nesta quinta-feira o desenvolvimento de um chip revolucionário que imita o funcionamento do cérebro humano e permite fabricar computadores capazes de aprender com a experiência do usuário.

Este novo tipo de computador consumirá menos energia e será mais compacto que os aparelhos atuais, assegurou a IBM.

"Os computadores 'cognitivos' fabricados com este chip serão programados da mesma maneira que os tradicionais. Estes equipamentos aprenderão com suas experiências, vão saber encontrar correlações, desenvolver hipóteses e lembrar resultados, imitando assim a plasticidade do cérebro humano", explicou a companhia.

Dois protótipos de chip foram fabricados e passam atualmente por testes. Ambos foram gravados com uma linha muito fina de 45 nanômetros de silício em isolante (SOI), e possuem o equivalente a 256 "neurônios" (células nervosas).

A IBM está testando dois tipos de estruturas para estes chips: uma com 262.144 sinapses (áreas de interação entre células nervosas) programadas, e outra com 65.536 sinapses de aprendizagem.

O objetivo em longo prazo da IBM é fabricar um complexo de componentes com 10 milhões de "neurônios", ainda muito atrás de cérebro humano que possui 100 bilhões. O desejo é criar 100 trilhões de sinapses em um espaço inferior a dois litros, tudo consumindo até um quilowatt de eletricidade, anunciou a IBM.

Um computador "cognitivo" será capaz, por exemplo, de lançar um alerta de tsunami, analisando informações de diferentes sensores marinhos e coletando dados sobre temperatura, pressão e altura das ondas. Também poderá ajudar os pequenos distribuidores a gerenciar seus estoques de produtos frescos graças ao sentido do "olfato".

Para a segunda fase do projeto, chamado SyNAPSE, a IBM solicitou a ajuda de várias universidades, como a Columbia, Cornell, Califórnia e Wisconsin. O projeto receberá o financiamento de 21 milhões de dólares da DARPA, a agência que financia empreendimentos de alta tecnologia no campo da defesa.