Os investimentos mundiais no mercado de automação residencial devem crescer, até 2015, mais de 33%, chegando a US$ 9,5 bilhões – quase US$ 7 bilhões a mais do que o registrado no ano passado, de acordo com a consultoria Berg Insight. A previsão da Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside) é de que, até o fim do ano, serão movimentados R$ 200 milhões no Brasil com a implantação desses serviços em prédios e casas.
Projetos
Independentemente das ferramentas de automação adotadas pelo edifício, o morador pode definir o que pretende instalar em sua casa de acordo com suas necessidades e aspirações. São vários módulos oferecidos por empresas especializadas permitindo ao usuário, via iPad, iPhone ou outros smartphones e tablets, controlar sistemas de áudio e vídeo, TV, DVD, home theater, a iluminação da casa e o ar-condicionado, entre outras funções. Assim, torna-se possível alterar a temperatura, subir e abaixar a cortina, colocar a música preferida e selecionar pontos de iluminação da casa para criar um ambiente ideal, apenas tocando no aplicativo instalado na prancheta eletrônica ou no smartphone. “Nos projetos que propomos, usamos geralmente um software de gestão e os módulos de soluções da empresa mineira Neocontrol. Com isso, podemos automatizar todos os ambientes de uma casa levando conforto, comodidade, segurança e até possibilidades de economia ao cliente”, afirma o engenheiro de automação Daniel Sangiorgi Salles, da empresa DH Link.
Dependendo do que o cliente quer, os custos com um projeto podem chegar a altas somas. Um sistema em condições de apenas controlar a iluminação de uma sala (quatro pontos) e as cortinas (dois pontos), usando controle remoto ou teclado de parede, fica em torno de R$ 5 mil, segundo informa Natan Nogueira Rijhsingnani, diretor responsável pela área de automação da HiFi. Acrescentando aí módulos de controle do home theater e do ar-condicionado, já comandados via dispositivos wireless, o preço sobe para cerca de R$ 25 mil. “Um projeto pode chegar a R$ 200 mil, caso a opção seja por controlar a casa inteira”, revela Natan Nogueira, lembrando, porém, que geralmente o cliente procura abranger as áreas sociais de sua casa, onde costuma receber visitas. “Hoje, como as salas são grandes e formam ambientes divididos por móveis, a automação controla partes do espaço de acordo com necessidades específicas”, explica.
A maioria dos projetos para deixar a casa inteligente usa os smartphones e tablets para controlar os objetos. Pensando nesse mercado, o Google apresentou o Android@Home (lê-se Android at home, ou Android em casa, em português). Com o sistema do gigante das buscas, será possível controlar todos os eletrodomésticos – como a máquina de lavar roupa e a lava-louças –, além dos aparelhos de som, luzes e até mesmo de irrigação, por meio de um aplicativo. O projeto ainda está em desenvolvimento, mas o Google já conta com dois parceiros. A Lighting Science Group, empresa fabricante de lâmpadas LEDs, anunciou que até o fim do ano terá a primeira lâmpada compatível com o Android@Home. A Hasbro, companhia que produz brinquedos, deve fabricar robôs controlados pelo sistema – robôs, aliás, que reconhecem até o humor do usuário. Para o diretor da HiFi, a automação é capaz de fazer tudo. Basta, para isso, que existam os equipamentos. “Você já pode abrir e fechar as cortinas da sua casa, de acordo com o sol, estando na Europa. Outras coisas, como controlar quantidades de alimentos numa geladeira, será possível quando houver um eletrodoméstico próprio para isso. Por conta simplesmente da automação, isso é totalmente viável”, garante.
Energia sem fios
Um sistema de eletricidade promete revolucionar tarefas simples como recarregar o telefone celular. A WiTricity, empresa norte-americana, lançou uma tecnologia que permite transferir, sem fios, a energia elétrica para equipamentos eletrônicos e até mesmo automóveis movidos a bateria. A tecnologia abriu os olhos de Steve Jobs, que patenteou a “energia sem fio utilizada em um ambiente para computadores”, mas que deve ser a nova forma de recarga dos aparelhos da empresa daqui a alguns anos.