As asas e parte do corpo dos Coxoplectoptera lembravam as de uma libélula. As veias das asas se assemelhavam às de uma efêmera. As pernas dianteiras, por sua vez, eram muito parecidas comas de um louva-a-deus. Günter Bechly conta ao EM, também por e-mail, que as larvas desse inseto indicavamqueas guelras abdominais se articulavam dentro da placa tergal–situadanodorso. "Comoas guelras abdominaiseas asas são estruturas homólogas, isso confirma a teoria paranotal da origem das asas", comenta. Essa teoria sugere que as asas se desenvolveram como protuberâncias do tergum (dorso).
Genes
No entanto,oestudo dos Coxoplectoptera revelou que os genes responsáveis pela formação das pernas dos insetos também são liberados durante o desenvolvimento das asas nas larvas. "Essa constatação colabora coma teoria da origem das asas a partir da saída das pernas. Isso é, as asas teriam surgido como apêndices móveis das pernas", atesta Günter. Com base nesses resultados, Staniczek e Günter propuseram que as duas teorias estão parcialmente corretas. "As asas começaram como protuberâncias do tergum, mas depois os genes das pernas foram ‘emprestados’ para que tornassem esses apêndices móveis com a articulação, dando origem às asas", acrescenta.
De acordo com Günter, os espécimes eram "tesouros perdidos" nos museus. "Os fósseis estavam em excelente estado de
conservação, mostrando detalhes minuciosos, como partes da bocaepelos", afirma. Por sua vez, Staniczek acredita que a ordem oxoplectoptera adicionou à ciência conhecimento sobre as relações ancestrais entre as espécies conhecidas de insetos. As pernas dianteiras desses bichos foram desenhadas de modo que eles se especializassem em capturar e prender a caça–habilidades não encontradas nas atuais efêmeras. O estudo dos especialistas alemães foi publicado pelo jornal científico Insects Systematics& Evolution.