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Estado de Minas

O começo da história da astronomia e suas principais descobertas

Há milênios, o homem observa o espaço na tentativa de compreender o funcionamento do Universo


postado em 27/06/2011 09:49 / atualizado em 27/06/2011 10:14

Tido por alguns como um dos mais antigos observatórios do mundo, o monumento Stonehegen (
Tido por alguns como um dos mais antigos observatórios do mundo, o monumento Stonehegen ("pedras suspensas"), na Inglaterra doi construído em três fases. O círculo externo media 86 metros de diâmetro e o interno, cujos remanescentes são vistos hoje, 30 metros. O monumento está voltado para o nascer do sol no verão. (foto: REUTERS/Kieran Doherty)

É impossível saber quando o homem olhou pela primeira vez para o céu. Mas, provavelmente, os hominídeos primitivos já observavam com curiosidade aqueles corpos brilhantes que, em um tempo sem prédios, luzes artificiais nem poluição, deviam formar um cenário resplandecente. O fascínio pelo Cosmos está registrado em peças e monumentos pré-históricos, nas lendas do Oriente, nas discussões dos filósofos, nos manuais dos místicos.

Por milênios, planetas, estrelas, satélites, cometas e meteoros estiveram, ao mesmo tempo, tão longe e tão perto da humanidade. Eram vistos como objetos divinos, mas serviam a propósitos bem terrenos: orientar as plantações, a navegação e dar sentido ao tempo. Fascinados pelo movimento celestial, os primeiros astrônomos desenvolveram cálculos e criaram observatórios para tentar entender o que se passava naquela vastidão de beleza e mistério.

Hoje, não é tão diferente. Graças aos avanços tecnológicos, a humanidade descobriu que a Terra é só um pontinho insignificante no Universo. Foi possível sair da esfera-mãe, visitar a Lua e o espaço vazio. Sondas estiveram em outros planetas. Supertelescópios captam ondas emitidas pelo fenômeno que fez a vida possível e registram eventos ocorridos há bilhões de anos. Mas as dúvidas continuam. Incansável em sua curiosidade, o homem repete o movimento dos ancestrais: olha para o céu, tentando pescar respostas entre as estrelas.

Essa é uma história escrita por muitas mãos. Seria preciso uma enciclopédia para listar os nomes de todos que ajudaram a desvendar alguns segredos do Cosmos. Os primeiros registros encontrados por paleontólogos são de 32 mil anos atrás. Um pequeno osso de águia pertencente ao Período Paleolítico marcava as fases da Lua. A astronomia só começou a ser científica, porém, na Grécia Antiga. Entre 500 a.C. e 200 d.C., filósofos passaram a investigar com mais rigor os princípios que regem o Universo, embora ainda acreditassem que tudo girasse em torno da Terra, uma ideia que perdurou até o século 16.

O cônego e matemático Nicolau Copérnico revolucionou a astronomia com a teoria heliocêntrica. Ele explicava a órbita dos planetas em torno de uma estrela, o Sol, e influenciou os estudos de Joahnes Kepler, que formulou as leis do movimento planetário, e de Galileu Galilei. O italiano mostraria que Copérnico estava certo, graças a instrumentos telescópicos.

Sabendo que a Terra obedecia a uma órbita elíptica, um misantropo e arisco professor de Cambridge chamado Isaac Newton começou a pensar por que, então, os planetas não saíam voando. A resposta veio de uma maçã. Apesar de parecer uma lenda, a história é verdadeira. Recentemente, a Royal Society digitalizou um manuscrito de William Stukeley. Ele contou que, depois do jantar, foi beber chá com o matemático à sombra das macieiras: “(Newton) disse-me que o conceito de gravidade (…) foi provocado pela queda de uma maçã. ‘Por que deve aquela maçã descer perpendicularmente em direção ao chão?’, pensou ele para si.” A astrofísica jamais seria a mesma.

Da maça ao Big bang

A maçã de Newton resultou em três importantes leis, bem conhecidas até hoje por todos os estudantes, que precisam decorá-las. Mas, apesar de se adequarem perfeitamente ao mundo vivenciado aqui da Terra, elas não explicavam tudo. Foi necessário que um despretensioso perito técnico de escritório de patentes juntasse as descobertas do matemático às do físico Max Planck, o “pai” da teoria quântica, para que se começasse a entender a ação da gravidade sobre objetos realmente massivos, como um planeta.

Entre uma tarefa burocrática e outra, Albert Einstein escrevia artigos publicados em periódicos pouco reconhecidos no meio científico. Gostava do trabalho de perito porque tinha tempo para suas divagações físicas. Foram elas que o levaram a deduzir que a luz viaja a uma velocidade intransponível e que, no espaço, não existe referencial: tudo é relativo. Quando apresentou as ideias pela primeira vez, elas nem chamaram muita atenção. Mas logo o mundo percebeu que o alemão simplesmente revolucionou o estudo do Universo.

Mesmo sendo genial, Einstein acreditava em um Cosmos estacionário. Foi Edwin Hubble, cujo nome foi usado para batizar o supertelescópio da Nasa, que percebeu que, na verdade, o Universo estava em expansão. Com um radiotelescópio, o americano notou que as galáxias mais distantes se afastavam cada vez mais rápido. Se essa é uma tendência, então isso significava que, em algum momento, o imenso Universo foi uma minúscula massa.

Incrivelmente, o primeiro a pensar que essa era origem de tudo foi um padre, o belga Georges-Henri Édouard Lemaître. Na década de 1940, a ideia do “átomo primordial” foi aperfeiçoada pelo americano naturalizado George Gamow. E, assim, surgiu a teoria do big bang.


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