Quando as temperaturas estão baixas, o estudante Bernardo Bessa Sze, de 23 anos, prefere treinar à noite. Há cinco anos, malhando de forma assídua, ele confessa que, com o frio, fica mais lento pela manhã. “Com frio, é difícil acordar cedo”, afirma. Ele também come muito mais neste período. Não dispensa, além de um bom churrasco, pizza, lasanha e macarrão, comidas que são fontes de carboidratos, mas que, quando consumidas em excesso, podem resultar em aumento de peso. “As churrascarias são a minha tentação”, diz.
Ele confessa que, nesta época do ano, tem mais dificuldade para praticar os exercícios aeróbicos, como bicicleta, corrida, entre outros. Com o frio, porém, fica mais disposto para malhar. Praticante de artes marciais, Bernardo leva a malhação a sério e, com disciplina, incorporou-a em sua rotina diária. A professora universitária Valéria de Melo Ferreira, de 36, também não perde o pique. “No inverno, temos que tomar mais cuidado. A tendência é comer mais, tomar um vinhozinho. Porém, temos que fazer esforço. Qualidade de vida é essencial”, avalia.
A paisagista Ana Laender, de 41, também é bastante disciplinada, mas nem sempre foi assim. “Teve um ano que cheguei à academia, em novembro, pensando que queria entrar em forma para, em janeiro, ir para a praia. Era impossível. Agora peguei o ritmo.” Mesmo no inverno, não falta à malhação. “Para vir, é muito chato. Dá preguiça, mas do meio da aula para o fim dá uma satisfação muito grande. Quem está desanimado deve levantar-se e sacudir a poeira. Depois do inverno, vem o verão. Então, não tem mágica que resolva.”
Faz parte da rotina de Ana exercitar-se pelo menos três vezes por semana: pratica malhação, atividades aeróbicas, como o spinning e esteira. Ela costuma malhar à tarde, quando a academia está mais vazia e o frio, mais ameno. “Estou animadíssima.” No verão, ela costuma comer saladas. Já em épocas frias, as folhas são substituídas por sopas, caldos, feijoada e fondue. “Não como muito, mas são refeições com mais calorias.” Como ela mantém a rotina de malhar, os pratos quentes não são uma preocupação. “Não é todo dia que a gente come feijoada, caldo ou fondue”, diz. Além disso, a pessoa que mantém a prática de atividades físicas pode comer e isso não vai fazer diferença no peso, conforme pontua o professor de educação física da Companhia Athlética Lincoln Eugênio Tocafundo.
ALTERAÇÕES
De acordo com ele, não há muitas alterações fisiológicas no organismo durante o inverno. No entanto, o metabolismo muda, pois é preciso manter a temperatura do corpo estável. Como a temperatura ambiente está mais baixa, o corpo precisa produzir mais calor. “As pessoas comem mais e o organismo fica mais preguiçoso”, diz. Por essa razão, é indicada a prática de exercício físico, que ajuda a potencializar o metabolismo. Lincoln reforça a necessidade de fazer alongamento, por pelo menos 20 minutos, antes de iniciar a prática esportiva.