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Estado de Minas

Eclipse lunar encanta crianças e adultos que desafiaram frio das montanhas em Minas


postado em 16/06/2011 07:33 / atualizado em 16/06/2011 08:01

Logo que foi possível observar o fenômeno, o aspecto do satélite já era avermelhado, característica da fase total. Aos poucos, a sombra projetada foi se tornando menor, até que a estrela da noite readquiriu o brilho(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Logo que foi possível observar o fenômeno, o aspecto do satélite já era avermelhado, característica da fase total. Aos poucos, a sombra projetada foi se tornando menor, até que a estrela da noite readquiriu o brilho (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Um espetáculo de luz, cores e sensações. Com os termômetros na casa dos 12 graus, enfrentando neblina e vento forte e apreciando um tom avermelhado no céu, cerca de 250 pessoas se encantaram com o eclipse lunar na noite de ontem, no Observatório Astronômico Frei Rosário, na Serra da Piedade, em Caeté, Região Metropolitana de Belo Horizonte. O fenômeno ocorre quando os planos das órbitas do Sol, Terra e Lua formam uma linha reta e o planeta impede que a estrela ilumine a superfície lunar. Mas quem esperava observar o eclipse às 17h30 precisou ter paciência. O eclipse total só pôde ser observado às 17h54, devido à formação de nuvens que atrapalhou a visibilidade no local.

Mas nem mesmo a neblina e o frio desanimaram quem buscava entender um pouco mais sobre o espetáculo do sistema solar. Desde o início da tarde na Serra da Piedade, um grupo de 40 alunos da Escola Estadual Benjamim Guimarães, no Bairro Concórdia, na Região Nordeste de Belo Horizonte, aproveitou o passeio para entender, na prática, o que estuda em sala de aula. “É uma oportunidade única que estamos tendo para ver aquilo que aprendemos nos livros. Assim é mais fácil e mais interessante”, disse a estudante do 5º ano Vitória Cristina Rosa, de 11 anos. Para ela, a experiência será inesquecível. “Muitas crianças gostariam de ter essa oportunidade. Foi um momento lindo”, contou. De acordo com a professora Nara da Silva Melo, de 22, o passeio faz parte de uma série de atividades trabalhadas com os alunos. “Programamos a visita ao observatório para que eles pudessem entender um pouco mais sobre o sistema solar. Os trabalhos fora da escola chamam a atenção, fazem com que eles se interessem mais”, afirmou.

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Os namorados Viviane Vieira Passini, de 27 anos, médica, e Diego Oliveira de Andrade Soares, de 29, advogado, também enfrentaram o frio para apreciar o espetáculo. “Vi a notícia do eclipse pela internet e, como a dica era para observar de um lugar mais alto, não perdermos a oportunidade de vir à Serra da Piedade. O lugar é lindo e permite uma excelente visão”, disse Viviane. Segundo Diego, ele e a namorada têm o hábito de ir ao observatório. “Já viemos outras vezes. É uma pena que as pessoas no Brasil se interessem tão pouco pela astronomia”, disse.

Avermelhado

Logo que despontou no céu, a Lua apresentou um aspecto avermelhado que chamou a atenção de quem observava o eclipse. De acordo com o professor do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Fernando Augusto Batista, a tonalidade é resultado do reflexo da luz do Sol ao atravessar a atmosfera da Terra. “O planeta está tampando a Lua. As pessoas perguntam por que ela está avermelhada e não completamente escura. Isso ocorre porque a luz do Sol, ao atravessar a atmosfera da Terra, é espalhada e o tom de vermelho é o que passa com maior facilidade, incidindo sobre a superfície lunar”, explicou.

Primeiro a ser visto no Brasil desde 2008, o eclipse lunar começou oficialmente às 16h22, de Brasília, quando era observável somente mais a Leste do globo terrestre, onde já era noite. De acordo com o professor do Departamento de Física da UFMG e coordenador do Observatório Frei Rosário, Renato Las Casas, a fase total do fenômeno foi registrada entre 17h30 e 18h02, também pelo horário de Brasília. Depois, foi iniciada a fase parcial, quando a Lua começou a ficar iluminada, deixando o tom avermelhado e dando lugar ao branco, o que se assemelhou a uma lua crescente. Entre 18h02 e 19h03 o satélite passou pelo período de penumbra e às 20h ficou totalmente iluminado. Quem perdeu o eclipse de ontem terá que esperar até 2015 pela próxima oportunidade.

Cortina fechada e apreensão antes do espetáculo

A cortina de nuvens ofuscou parte do brilho do tão esperado eclipse total da Lua, na noite de ontem. Em pontos altos da Região Metropolitana de Belo Horizonte, como na Serra da Piedade, em Caeté, a nebulosidade atrasou a contemplação do fenômeno e provocou ansiedade entre visitantes do Observatório Astronômico Frei Rosário.

A nebulosidade no local, segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, é decorrente de um “fenômeno orográfico”, em que uma massa de ar úmido é forçada a deslocar-se para o topo da montanha, acompanhando o relevo do terreno. “Como a temperatura lá em cima é mais baixa, o vapor de água se condensa e forma nuvens, o que dificulta a visibilidade”, explica Ruibran. De acordo com o especialista, o fenômeno é mais comum nos dias mais frios do outono e do inverno.

Acompanhando a tendência dos últimos dias, as noites devem permanecer geladas em Minas Gerais até o fim desta semana. Segundo Ruibran, a temperatura mínima durante a próxima madrugada deve chegar a 11 graus e, na sexta-feira, a máxima não passa de 24 graus na Grande Belo Horizonte. O Sul de Minas, Zona da Mata e Campo das Vertentes também devem registrar termômetros em baixa, sendo que o Sul vai enfrentar o frio mais rigoroso, com temperatura na casa dos quatro graus.

A massa de ar polar que age sobre o estado deve perder força a partir do fim de semana, quando os termômetros vão variar de 14 a 27 graus na capital. Segundo o meteorologista, o inverno – que começa oficialmente na terça-feira, às 14h06 – deve ter temperaturas mais amenas. “Ainda não há previsão de chegada de nenhuma massa de ar polar para os próximos dias, portanto acreditamos num inverno com temperaturas mais altas que o fim do outono”, afirma Ruibran.

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