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Estado de Minas

Vitória impecável

Game que marca recomeço da famosa franquia de luta mescla a velha brutalidade com novas ideias e enredo


postado em 19/05/2011 12:27 / atualizado em 19/05/2011 12:33

(foto: Fotos: Warner Bros. Interactive/divulgação)
(foto: Fotos: Warner Bros. Interactive/divulgação)

Há alguns anos, a estratégia dos jogos de luta em sua recente ascensão no mercado tem sido apelar ao passado, buscando as características que os fizeram famosos sem deixar de lado as devidas atualizações gráficas. Dentro do gênero, poucos precisavam tanto retomar às origens como Mortal Kombat, um dos principais jogos de luta de seu tempo – não por causa da jogabilidade, mas por um nível brutal de violência numa época em que os jogos não costumavam mostrar com tanta frequência sangue, vísceras e crânios.

Sem medo de seguir as tendências deste nicho, a NetherRealm se inspirou nessa época de glórias para Mortal Kombat, que chegou às lojas no fim de abril. Apesar de ser o nono jogo, ele reinicia a série e, por isso, o lançamento foi cercado de pompa, tanto no exterior quanto no Brasil. Por aqui, o game teve menus e legendas traduzidos para português. A expectativa criada em torno de sua chegada é justificada, já que, depois de muitos jogos de baixa qualidade, a série finalmente tem um representante capaz de honrar seu legado e competir de igual para igual com seus concorrentes dentro do gênero de luta.

O jogo parte do ponto onde parou o antecessor imediato, Armageddon, e também reconta o enredo dos três primeiros títulos da série. No fim do último jogo, onde o mundo está prestes a acabar, Raiden, deus do trovão e protetor da Terra, envia uma mensagem para si próprio no passado, quando o torneio do primeiro Mortal Kombat estava prestes a começar, e diz o que deve ser alterado no presente para que o terrível futuro não ocorra. Sua intervenção faz com que alguns momentos-chave da trama mudem, trazendo novidades para quem conhece a série.

Tudo isso é mostrado no surpreendente – e excelente – modo de história, que se divide em capítulos, cada um sob o ponto de vista de um lutador. Alternando-se entre cenas e sequências de luta com fluidez, o modo mostra a trama sem se fixar em um determinado personagem e apresenta ao jogador quase todo o elenco, incluindo aqueles caras esquisitos que você provavelmente não escolheria se tivesse a oportunidade. Mortal Kombat dá o exemplo para a concorrência e prova que games de luta podem, sim, ter enredos bem contados.

Origens
A jogabilidade também volta às origens da série, misturando gráficos tridimensionais com um plano em duas dimensões, mas com mudanças que alteram de forma drástica a maneira como se joga. As voadoras, os ganchos e os combos pré-programados estão de volta, mas agora há um fator que pode ditar o ritmo de combate: uma barra de especial, com três níveis.

No primeiro nível, você pode dar mais força a uma de suas técnicas especiais. No segundo, pode quebrar o combo do seu adversário. Já o terceiro nível permite que você solte o ataque de raio-X – uma sequência de golpes que mostra os ossos do corpo do oponente quebrando, com um efeito visual repleto de brutalidade. O movimento também pode definir o rumo da luta, já que costuma tirar de 30 a 40% da barra de energia do adversário. Esses três recursos parecem simples, mas tornam Mortal Kombat um jogo de luta mais estratégico e competitivo em relação aos antecessores.

O rol de 26 lutadores inclui todos os participantes dos três primeiros títulos da série, fora os três chefes que não podem ser escolhidos pelo jogador: Goro, Kintaro e Shao Kahn. Na versão de PlayStation 3, o olimpiano Kratos, de God of War, integra a lista. O elenco é bem equilibrado e, ao contrário dos antigos MKs, tem variedade tanto na parte visual quanto no estilo de luta. Personagens como os ninjas, que antigamente eram simples trocas da paleta de cores, agora são totalmente diferentes entre si.

E, como não poderia faltar em um Mortal Kombat, os fatalities retornam em sua melhor forma. Eles continuam brutais e violentos, apesar de já não terem mais aquela aura de movimentos secretos que precisavam ser decorados e executados com perfeição. Agora, você pode até pausar o jogo e ver o comando e a distância exata antes de executá-lo. Entretanto, o jogo tenta manter um pouco dessa característica do passado, escondendo alguns comandos da lista.

Você pode desbloqueá-los com pontos adquiridos nos modos de luta, que são gastos na Krypta, literalmente um cemitério que esconde, além dos fatalities, roupas alternativas para todos os personagens e uma enorme galeria de arte, mostrando diversas etapas da produção do game. Um prato cheio para os fãs. O último modo é a torre dos desafios, que completa a lista de coisas a serem feitas após terminar a história. São 300 fases com todos os personagens do jogo e contém, além de lutas, minigames como testes de força e visão.

Tradução
O jogo chamou a atenção por ter tido um grande lançamento no Brasil, com direito à tradução de menus e a diálogos para português – algo normal com jogos da Microsoft ou da Sony, que têm representação no Brasil, mas incomum em jogos de outras produtoras. Embora a intenção de trazer o game da melhor forma para o público brasileiro seja boa, a tradução é repleta de erros. O Primer Golpe, mostrado no primeiro ataque de um dos personagens, é um dos exemplos, além de outras falhas nas legendas do modo história. Por causa da invasão dos servidores da PlayStation Network (nas duas últimas semanas, o sistema ficou fora do ar por conta de uma invasão hacker), o Informátic@ não pôde testar a parte on-line.

O jogo conta com um modo que tenta simular os fliperamas dos tempos áureos da franquia. Você fica em uma fila e, enquanto espera a vez, pode assistir à luta de quem está jogando. Após as vitórias, você recebe notas de quem estava na fila, que contribuem para um placar de “reputação”.

Boa parte do apelo deste novo Mortal Kombat está no seu passado, mas é inegável que o game da NetherRealm traz novidades que reforçam seus conceitos o suficiente para se estabelecer como um bom game de luta, e uma das surpresas do ano. A franquia não poderia ter recomeçado de maneira melhor.

Virou moda
Recomeçar uma franquia ou fazer um reboot (reiniciar, em inglês) tem sido comum na indústria de entretenimento nos últimos anos. Isso significa deixar de lado boa parte do enredo que já foi construído – ou descartar tudo – e partir do zero. Os exemplos de reboot mais claros estão no cinema: foi o que aconteceu com a saga do super-herói Batman, a partir de Batman begins.

Sobrevivente da crise

Hoje nos holofotes da indústria de games, Mortal Kombat teve seu futuro ameaçado pela recessão econômica de 2008. A crise derrubou sua produtora, a Midway, que pediu concordata no ano seguinte. A continuidade do desenvolvimento do jogo foi assegurada pela Warner Bros, que adquiriu os direitos sobre a franquia. A equipe de produção do game deu nome a um novo estúdio, batizado de NetherRealm.

Mortal Kombat
>> Produção: Warner Bros. Interactive
>> Desenvolvimento: PlayStation 3 e Xbox 3
>> Número de jogadores: 1 (single-player) 4 (multiplayer)

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