Jornal Estado de Minas

Telas quentes... e muito finas

Mínima espessura dos displays torna equipamentos mais práticos, bonitos e decorativos

Silas Scalioni
A bela e a fera: o casal Eugenio Silva e Maria de Lourdes destaca a leveza e a praticidade da nova TV recém-adquirida e nem sabe como vão se desfazer do antigo aparelho, considerado um verdadeiro trambolho - Foto: Fotos: Marcio Flavio/Divulgação
Era uma vez um casal e a sua TV de tubo, grande, feia e pesada. A vida dos três não tinha a beleza de cores, sons e imagens. Até que um dia a fada madrinha do desconto apareceu e transformou o “trambolho” em um televisor LED 3D. A história de amor do casal Eugenio Silva e Maria de Lourdes Silva com sua nova TV começou há um mês, quando adquiriu o aparelho depois de ver uma promoção na internet que chamou a sua atenção. Depois de analisar as características do equipamento e descobrir que podia ganhar um desconto de cerca de R$ 1 mil na compra, decidiu aposentar a antiga TV de tubo. “A atual é bem melhor, tem conversor digital, é Full HD, não tem aquele monte de fios, foi só conectar para funcionar. A outra ocupava um espaço muito grande”, revela Eugenio Silva.
Esse último detalhe era o grande pecado do antigo televisor. Maria de Lourdes conta que o aparelho chegou a estragar a sua estante de tanto forçar a estrutura. “Para ter ideia, eu precisava de outra pessoa para me ajudar a afastá-la e retirar a poeira acumulada. Era uma TV de 29 polegadas, que pesava cerca de 50 quilos”, detalha a esposa. Para compensar os muitos problemas sofridos com a TV antiga, os louros trazidos pela TV LED 3D de 40 polegadas foram inúmeros. A começar pela beleza da sala. “Ela é muito fina e acabou virando peça de decoração da casa. Se quiser, posso até transformá-la em quadro”, brinca Eugenio. E a esposa aprova: “Não tem nem comparação. Ela não ocupa espaço algum e minha sala ficou muito mais bonita”.

Abandonada, a TV de tubo deve ir para a adoção. “Vou acabar dando o aparelho para um conhecido, pois dificilmente conseguiria vendê-lo. Ninguém vai querer algo tão incômodo e ultrapassado. Nem meu filho quis levar para a casa dele”, conta Eugenio Silva.

Redução constante É mesmo impressionante como a espessura das telas vem diminuindo. Não faz muito tempo, o que existia nas residências brasileiras, na área de TVs, eram apenas os incômodos aparelhos de tubo de raios catódicos, cuja profundidade – que aumentava de acordo com o número de polegadas – chegava a ultrapassar meio metro. A parte traseira do equipamento ficava praticamente encostada na parede, enquanto a tela parecia querer saltar da estante ou de outro móvel onde estava instalada. Ainda são bem comuns, mas aos poucos foram perdendo terreno para os aparelhos de tela plana, de plasma ou LCD, que, apesar de bem mais finos, ainda apresentavam espessura em torno de 15 centímetros. A utilização da tecnologia de iluminação LED permitiu ainda mais o afinamento das telas nos aparelhos LCD, chegando aos dois centímetros. Outras tecnologias vêm sendo criadas e aperfeiçoadas levando a crer que a espessura das telas vai diminuir cada vez mais até chegar a ser maleável como uma folha de papel.

Os exemplos do novo iPad, que em pouco mais de um ano perdeu um terço de sua espessura, passando dos 13,4mm da primeira versão para 8,8mm da última; da nova geração de TVs recém-lançada pela LG com tecnologia de iluminação Full Nano LED, também responsável por telas de 8,8mm de espessura; e do smartphone Optimus Black, considerado o mais fino do mundo e apresentado pela LG este ano em Las Vegas, durante a CES 2011, mostram bem o futuro dos painéis, seja para utilização em TVs, tablets, monitores, GPSs ou celulares. Telas da espessura de 0,1mm, ou seja, de uma folha de papel, não estão tão longe de se tornar realidade. Desafios existem ainda para ser superados, mas, provavelmente na próxima década, já poderemos andar com um tablet, por exemplo, no bolso enrolado como um canudo. É viver para ver...