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Estado de Minas

Varizes não têm cura, mas podem ser controladas sob orientação de um angiologista


postado em 13/03/2011 10:00 / atualizado em 13/03/2011 10:05

Já sentiu dor nas pernas? Caso as veias apresentem coloração diferente – avermelhada ou azulada – ou estejam salientes, o mais indicado é procurar um angiologista, porque pode ser que você esteja com varizes, dilatações das veias geralmente tortuosas, que muitas vezes causam dor ou desconforto. Elas não têm cura, mas são plenamente controladas.

Segundo Solange Seguro Meyge Evangelista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e coordenadora do Instituto Internacional de Flebologia Brasil, a função das veias nas pernas é trazer o sangue – que chegou até elas pelos vasos arteriais – de volta ao coração. “Quando essas veias apresentam dilatações permanentes, tortuosidades, alongamentos, alterações em suas válvulas ou paredes, não cumprem tal função com eficácia. Apresenta-se, então, um quadro de insuficiência venosa superficial, que observamos quando as veias da perna se tornam varicosas.”

Geralmente, as varizes afetam cerca de 30% da população e surgem ainda incipientes, progredindo com o tempo para formas mais avançadas da doença. Solange Evangelista destaca que a partir da puberdade é comum observar um aumento progressivo à medida que a idade aumenta, atingindo até 70% das pessoas acima dos 70 anos.

A maior procura por tratamento envolve pacientes entre 30 e 50 anos. “Atualmente, pessoas cada vez mais jovens procuram o atendimento do angiologista, preocupadas com as pernas e as varizes.” As mulheres são as mais prejudicadas, numa proporção que varia de uma para cada dois homens a até uma para cada quatro homens. “Esses resultados sugerem a existência de um fator possivelmente hormonal, responsável por essa diferença. O uso de anticoncepcionais e a gravidez são fatores agravantes para a mulher”, comenta a especialista.

Em diferentes tipos e graus de comprometimento, os fatores familiar e hereditário são os principais desencadeantes ou agravantes das varizes e são causas frequentes superiores a 80% nos pacientes que procuram um angiologista. Outros aspectos importantes são: idade, sexo, raça, número de gestações, obesidade, ficar de pé ou assentado por longos períodos de tempo, constipação intestinal e traumatismo.

MITOS E VERDADES Diferentemente do que pensam várias pessoas, as depilações não agravam as varizes a ponto de serem proibidas. O salto dos sapatos deve ser médio, de 2cm a 5cm de altura, caso seja um hábito rotineiro. “A musculatura da panturrilha é chamada de coração periférico, por ajudar a bombear o sangue das pernas de volta para o coração e, portanto, auxiliar numa boa circulação venosa, diz Solange.

Manter o peso, praticar atividades físicas regulares, fazer repouso com as pernas elevadas, quando possível, e evitar permanecer várias horas ininterruptas de pé ou assentado podem evitar a doença. “O uso da meia ou contenção elástica traz benefício na prevenção e alívio dos sintomas como dor em peso nas pernas, edema e cansaço. São bem indicadas para pessoas com profissão que exigem posturas estáticas ou em viagens de longa duração. A meia tem indicações que dependem de alguns fatores e devem ser prescritas pelo angiologista, com compressão determinada para cada paciente. As meias modernas apresentam maior aceitação estética pelas mulheres.”

Entre os tratamentos mais comuns estão o cirúrgico, o laser endovenoso e a ablação por radiofrequência. A escleroterapia com espuma das varizes guiada por ultrassom consiste na injeção de medicamento esclerosante nas grandes veias varicosas, provocando sua esclerose ou fechamento. “Esse procedimento deve ser acompanhado no aparelho de ultrassom. A punção da veia é guiada e visível no aparelho, e a progressão do medicamento observada como se fosse um contraste na veia. Assim, o procedimento é realizado com mais segurança porque o médico pode controlar a progressão do medicamento com o aparelho. Esta técnica dispensa anestesia ou internação hospitalar e não é necessário repouso ou afastamento das atividades laborativas durante sua realização”, explica.

SIMPÓSIO Sexta-feira e ontem, centenas de angiologistas participaram do 4º Simpósio Mineiro de Flebologia, na Associação Médica de Minas Gerais. Segundo o angiologista Bruno Naves, presidente da SBACV regional, autoridades nacionais e internacionais participaram das discussões, entre os quais o francês Paul Pittaluga e o argentino Juan Nigro, que falaram sobre técnicas cirúrgicas; o espanhol Javier Leal Monedero, sobre varizes pélvicas; João Gabriel Marques, sobre o médico e a saúde do médico, e Guilherme Pitta, sobre a defesa da profissão. Informações:
www.sbacvmg.org.br.


Perfil
A prevalência das varizes foi apontada como maior nas mulheres do que nos homens nos inúmeros estudos da literatura médica. As mulheres apresentam duas a três vezes mais varizes que os homens

Tipos
Veias varicosas
propriamente ditas
Pertencem ao subcutâneo. Apresentam-se dilatadas, tortuosas ou alongadas. Os pacientes que as apresentam queixam-se de dor e do aspecto das varizes e por esses motivos procuram o médico.

Reticulares da região poplítea
São pequenas, superficiais, dilatadas e tortuosas, localizadas frequentemente atrás do joelho e da perna, podendo ser acompanhadas de varizes intensas ou aparecer isoladamente e assim se manterem.

Telangiectasias
São vasos dilatados de muito pequeno calibre e de localização dérmica. Formam redes ou aranhas vasculares, principalmente nas coxas. Podem aparecer juntamente com as varizes subcutâneas. São de cor avermelhada ou azul escura e constituem motivo de consulta médica por razões estéticas. Devem ser considerados à parte, pois diferem quanto à prevalência, etiologia e fisiopatologia.

Oriundas de dilatações
de veias da pelve
Veias ovarianas, por exemplo, são frequentes e se acentuam muito na gravidez, constituindo um sofrimento na gestação.

Secundárias
Decorrentes de outras
causas como trombose venosa
ou ainda recidivadas.

Graus
Classe 0: Sinais de doença venosa não visível e não palpável
Classe 1: Telangiectasias ou veias reticulares
Classe 2: Veias varicosas propriamente ditas
Classe 3: Quando já apresenta inchaço ou edema
Classe 4: Alterações na pele como manchas escuras ( hiperpigmentaçao), alterações da pele como descamação, eczema e endurecimento
Classe 5: Todos os sinais da
classe 4 e uma úlcera ou
ferida cicatrizada
Classe 6 : Como na classe 5, mas com ferida aberta provocada pela doença venosa varicosa ou outras doenças venosas

Fatores desencadeantes ou agravantes
Sensação de peso e cansaço
Sensação de desconforto
Número de gestações
Constipação intestinal
Hereditariedade
Dor nas pernas
Traumatismo
Obesidade
Sintomas
Idade
Dieta
Sexo
Raça

Definição
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), varizes são dilatações saculares das veias que são frequentemente tortuosas.

Prevenção
Educar o intestino, evitando constipação intestinal
Evitar o excesso de peso
Evitar uso de roupas apertadas
Usar calçados com solado flexível, saltos grossos e 2cm a 5cm, com ponta quadrada ou arredondada (ideais para o dia a dia).
Fazer exercícios físicos harmônicos, como caminhada, natação, hidroginástica e outros sem muito impacto
Evitar uso excessivo de pesos
Usar meia elástica reduz os sintomas e previne a doença
Evitar permanecer longos períodos de pé ou assentado, fazendo sempre pequenos exercícios com os pés


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